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Corretor é preso acusado de mandar matar empresário no Araçagi

Por Jully Camilo (JP Online)

Policiais civis da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC), do 7º Distrito Policial e do Centro Integrado de Defesa Social área Norte (CID) prenderam, na manhã de hoje (17), por meio de um mandado de prisão preventiva, o corretor de imóveis Elias Orlando Nunes Filho, 57 anos, em sua residência, na Rua C, nº 21, Planalto Anil 2. Segundo a polícia, Elias Nunes é suspeito de ser o mandante do assassinato do empresário Margeon Lanyere Ferreira Andrade, 45, ocorrido na manhã da última sexta-feira (14), na Rua Bonanza, Araçagi (São José de Ribamar).

Alex Nascimento dos Santos está foragido

Segundo o superintendente da SPCC, Sebastião Uchôa, há dois anos Elias, que é proprietário da Territorial Imobiliária, situada no Araçagi, teria vendido um terreno naquele bairro para a vítima, no valor de R$ 20 mil. Porém, no ano passado, o corretor teria revendido o mesmo lote para outra pessoa, pela quantia de R$ 148 mil.

“A venda foi feita mediante escritura irregular, pois ele não poderia ter vendido uma propriedade que já pertencia a uma outra pessoa sem a autorização da mesma. Portanto, desde o mês de agosto do ano passado, o impasse teria eclodido, uma vez que Margeon, a vítima, descobriu a transação irregular, e a partir daí estaria sendo coagido e até ameaçado para que entregasse o terreno”, declarou o delegado Uchôa.

Para a polícia, foi a partir da negativa e da resistência da vítima, que era empresário (dono da América Pisos, na Cidade Operária), que partiu a encomenda do crime.

O delegado Uchôa afirmou que o suspeito de ser o mandante teria oferecido ao caseiro do local, Roubert Sousa dos Santos, 19, e Alex Nascimento dos Santos, 23, que também prestava serviços na casa da vítima, R$ 15 mil, pela morte e incineração do corpo do empresário.

“Alex, preso em fevereiro, por roubo e formação de quadrilha, e solto em junho, foi quem atirou na vítima. A ação ocorreu no início da manhã de sexta-feira (14), quando o empresário foi levar comida para o caseiro e um adolescente de 15 anos, que residia com Roubert na área. Nesse momento, Alex, que se utilizou de um revólver que a própria vítima tinha dado para Roubert, atirou na nuca do empresário”, disse Uchôa.

O caseiro Roubert Sousa dos Santos foi preso

Segundo o superintendente, Alex e Roubert, que já haviam premeditado o crime, contaram ainda com a ajuda do adolescente para enterrar o corpo do empresário em uma cova rasa, aberta no terreno.

A família acionou o Centro Integrado de Operações (Ciops), dando conta do desaparecimento de Margeon Andrade, e foi então que a polícia foi até o terreno, mas em princípio só localizou o carro do empresário, um Fox prata, com todos os pertences dentro.

Margeon Lanyere Ferreira Andrade foi assassinado na sexta-feira

“Quando a PM chegou ao local, os três suspeitos, que residiam na Vila Marinho (Cohafuma), já não estavam mais no Araçagi, uma vez que tentavam simular um latrocínio – inclusive roubaram entre R$ 400 e R$ 500 da vítima. Instantes depois, o caseiro e o adolescente foram localizados em suas residências, e após a prisão e apreensão os mesmos confessaram o plano todo, afirmado que usaram drogas antes de praticar o crime. O corpo da vítima foi localizado em uma cova rasa, no fundo do terreno”, explicou Sebastião Uchôa.

A polícia revelou que investigações embasadas em denúncias de clientes da Territorial Imobiliária apontam para a prática comum da venda de um mesmo terreno para várias pessoas.

O delegado Sebastião Uchôa afirmou que uma cliente da imobiliária disse que também foi vítima do mesmo golpe e que estava sendo ameaçada. Ela entrou em contato com a polícia após a morte do empresário.

Elias Orlando Nunes Filho, acusado de mandar matar empresário

“A prática de grilagem é comum em São José de Ribamar. Vamos investigar as escrituras dessas propriedades, a fim de identificar os cartórios que as emitiram e verificar de que forma os documentos eram elaborados”, disse o delegado Uchoa, que informou que o delegado Carlos Alberto Damasceno (titular do CIDS – Centro Integrado de Defesa Social, área norte), será responsável por conduzir todas as investigações sobre o caso.

Margeon Lanyere Ferreira Andrade era natural de Campina Grande, na Paraíba, e já morava no Maranhão há 26 anos. Deixou a mulher e três filhos.

Até as 17h05 de hoje (17), o suspeito Alex Nascimento continuava foragido. Os envolvidos no crime serão indiciados por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

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