Conselho de Ética analisa ações contra Eduardo Bolsonaro e Márcio Jerry
O Conselho de Ética da Câmara deve analisar nesta quarta-feira representações contra os deputados bolsonaristas Ricardo Salles (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), José Medeiros (PL-MT) e Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS). Inicialmente, a sessão estava programada para a semana passada, mas foi adiada porque não havia sala vaga para a reunião na Câmara.
Uma ação contra o deputado governista Márcio Jerry (PCdoB-MA), acusado de assediar a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), também está marcada para ser votada. O relator recomendou o arquivamento. Há duas semanas, o Conselho decidiu arquivar ações contra Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).
O deputado Josenildo Ramos (PDT-AP) é o relator da representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro, filho ’03’ do ex-presidente Jair Bolsonaro. O PT entrou com uma ação contra Eduardo em abril, quando o parlamentar se envolveu em uma briga com o deputado Marcon (PT-RS).
O petista e o filho do ex-presidente discutiram, durante uma sessão da Comissão de Trabalho, sobre a facada sofrida em 2018 por Jair Bolsonaro. Marcon disse que a “facada foi fake”, o que gerou a reação de Eduardo. Ele levantou da cadeira, xingou Marcon e precisou ser contido pelos colegas.
Marcon também é alvo de uma ação no conselho, pedida pelo PL, que reclama do fato de que o deputado pôs dúvida sobre a facada sofrida por Jair Bolsonaro. O relator do caso deverá ser definido hoje.
Previsto inicialmente para ser votado há duas semanas, o Conselho vai analisar também o parecer do deputado Ricardo Maia (MDB-BA), que pediu para arquivar uma representação contra o deputado Márcio Jerry, acusado de ter assediado a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). O adiamento aconteceu porque o deputado do PCdoB estava internado por conta da necessidade de uma cirurgia de apendicite.
Jerry nega ter assediado a colega e disse que apenas falava no ouvido dela conforme imagens de vídeo.
No relatório, Ricardo Maia avaliou que uma discussão entre as deputadas Júlia Zanatta e Lídice da Mata (PSB-BA), durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara em abril, foi o que motivou Márcio Jerry a levantar de sua mesa para se aproximar das parlamentares.
– Na verdade, a atuação do representado, de acordo com imagens, teve como escopo a defesa de uma parlamentar com longa trajetória política, a deputada Lídice da Mata, e a intenção que a deputada Júlia pudesse compreender o que ela estava dizendo, já que o ambiente era de completa desordem – disse o emedebista ao ler seu parecer.
– O ato em análise relaciona-se diretamente à salvaguarda constitucional às opiniões, palavras e votos proferidos por deputados e senadores. Logo não haja que se falar na existência de quaisquer das condutas criminosas vinculadas, quais sejam, importunamento sexual e violência política de gênero, seja por ausência de intenção de dolo na prática, seja por se tratar de fato destinado à defesa de outra colega – completou.
Marcio Jerry alega que, se fosse “verdade” a acusação de importunação sexual, ele poderia ser punido, mas que, na opinião dele “absolutamente nada” na acusação caracteriza assédio.
“Em meio àquele tumulto que naquele dia se formou [na comissão] e nós, aglomerados no corredor, eu disse à deputada ao me aproximar dela do único local que podia: ‘Deputada, respeite 40 anos de mandato’, em alusão a Lídice da Mata”, afirmou.
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