Compositores maranhenses são enganados e prejudicados na seletiva do samba-enredo da Beija-Flor
Quatro dias depois da divulgação do resultado da final dos vencedores do concurso da etapa classificatória maranhense para escolha do samba-enredo da Beija-Flor de Nilópolis, que tem como tema os 400 anos de São Luís, uma notícia joga um balde de água fria nas expectativas dos compositores vencedores e de todas as torcidas.
A viagem para o Rio de Janeiro, marcada para esta quinta-feira, que inicialmente teria como objetivo apresentar os sambas maranhenses à bateria da escola carioca, onde apenas participariam de várias rodadas de ensaios acompanhados pela bateria da Beija-Flor, e do interprete Neguinho, de última hora virou uma viagem para mais uma eliminatória, com a participação dos três sambas selecionados em São Luís, no último dia 17.
Isto é, informação ocultada dos compositores e de todos que participaram da etapa maranhense. O próprio Secretário de Cultura do Estado, Luís Bulcão, em coletiva, realizada na manhã de ontem (21), foi taxativo em dizer que esta viagem seria apenas para familiarizar a bateria da escola com os sambas vitoriosos aqui no Maranhão. Diante desta situação, há duas hipóteses, ambas graves: a primeira de que a Beija-Flor agiu de má-fé, sonegando informações claras à Secretaria Estadual de Cultura; a segunda de que a equipe da Secretaria Estadual de Cultura não teve competência para se inteirar acerca de todo o processo seletivo.
As duas hipóteses fazem pensar que todo o processo de seleção dos sambas maranhenses não passou de um teatro, de um engodo, de um jogo de cartas marcadas, de uma grande encenação com o objetivo de se dá uma satisfação aos maranhenses pelos milhões de dinheiro público doado à escola de samba carioca. Para quem não sabe, a Beija-Flor em 2012 estará homenageando a cidade de São Luís, pelos seus 400 anos, estruturando o seu desfile com dinheiro público dos contribuintes maranhenses.
A única coisa que se esperava era um mínimo de respeito para com os compositores do Maranhão. Esperava-se uma disputa justa, imparcial, sem truques e sem armações. Mas não é isso que se concluiu pelo desenrolar dos acontecimentos. A Escola de Samba Beija-Flor e a Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão devem uma explicação aos artistas e ao público maranhense.
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