Ciro chama de ‘aberração’ oferta para ser vice do PT
Diante da especulação de que o PT teria interesse em oferecer o posto de vice na chapa presidencial, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, classificou a possibilidade como uma “aberração”. Ciro não confirmou o convite, mas dirigentes do PT relata que ele foi feito na terça-feira em reunião, em Brasília, entre os partidos de esquerda ao presidente do PDT, Carlos Lupi.
— Eu acho uma aberração. Primeiro, porque sou candidato do PDT. Segundo, não é que sou contra o PT, mas o PT precisa dar um tempo — afirmou o presidenciável, antes de um evento promovido pela Unafisco, nesta quinta-feira, em São Paulo.
— O PT é um dos grandes responsáveis pela tragédia que o Brasil está vivendo nesse momento —acrescentou.
O pedetista também definiu como uma “violência” a decisão da executiva do PT de sepultar a candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo de Pernambuco, em prol da neutralidade do PSB na campanha presidencial.
— Cortar o pescoço de uma jovem, mulher, pernambucana, politizada, neta do Miguel Arraes, eu acho uma violência que na minha longa estrada nunca vi coisa igual — afirmou.
Sem coligações até agora, Ciro tem 35 segundos de propaganda eleitoral na TV a cada bloco fixo de 12 minutos e 30 segundos, além de uma inserção de 30 segundos a cada dia. Com o PSB, o tempo poderia saltar para 1 minuto e 25 segundos. O pedetista minimizou a perda de tempo.
Coordenador da bancada da bala declara apoio a Alckmin, mas diz que vai votar em Bolsonaro
— Subtraíram alguns segundos de mim. Não foram duas horas. Isso não vai impedir de eu apresentar minha mensagem — ironizou.
Ciro não deu pistas sobre as negociações sobre o seu ou sua vice. Apenas afirmou que o “backup está pronto” e que era preciso esperar um pouco. Questionado sobre a aliança informal que o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), fez com o senador Eunício Oliveira, e que conta formalmente com o apoio de seu irmão Cid Gomes, candidato ao Senado, Ciro falou que vai “lutar pesadamente contra”.
— Sempre disso isso e vou repetir: no Ceará, o candidato a governador é o Camilo Santana, do PT. É a ele que deve ser dirigida a pergunta se está apoiando ou não o Eunício Oliveira — afirmou.
Perguntado se tinha algum ressentimento do ex-presidente, Ciro disse este sentimento não é uma palavra que se usa em política. Emendou dizendo achar estranho, por não saber o que fez para merecer um tratamento tão “desleal” e “traiçoeiro”.
— Todo o campo progressista perde na medida em que tudo que esteve em jogo foi me tirar segundos de TV. A rigor, é esse tipo de comportamento é que está na base da corrupção. É quando não se impõe nenhum tipo de limite para atender o seu apetite imediato — disse, acrescentando que não recebeu nenhum comunicado oficial do PSB.
Apesar da neutralidade que deve ser anunciada, Ciro disse que já recebeu apoios regionais de socialistas de diversos estados, como Paraná, Espírito Santo, Distrito Federal, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí. Também lamentou a provável retirada da candidatura de Márcio Lacerda, pré-candidato ao governo de Minas Gerais, e um vice em potencial do pedetista, caso o acordo com o PSB tivesse vingado. (O Globo)
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.