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Carta ao Senador José Sarney

Por Inacio Augusto de Almeida

O que o diferencia dos outros, Senador José Sarney?

Por que intelectuais como Jorge Amado e José Américo de Almeida fizeram a doação dos seus acervos aos estados da Bahia e Paraíba, respectivamente, mas tiveram o cuidado de não causar nenhuma despesa aos cofres públicos?

O senhor pouco está preocupado com a despesa que estará causando ao pobre estado do Maranhão. Para o senhor só interessa que a sua memória seja preservada. Não se preocupe, Senador José Sarney, o senhor já está na história deste país. Como? O senhor sabe isto bem melhor do que eu.

O senhor recebe uma aposentadoria de ex-governador sem desta aposentadoria ter a mínima necessidade.

Jorge Amado e José Américo de Almeida jamais iriam receber uma aposentadoria para acumular com outros proventos. Até porque, um intelectual verdadeiro não é escravo do dinheiro. Conhece o valor de que é possuidor. O mesmo não acontece com o pseudo-intelectual, já que isto vive preocupado com o dia de amanhã. Por mais que tenha acumulado dinheiro, às vezes de forma até não muito recomendável, sempre está preocupado em ter mais e mais. É um inseguro por natureza, já que sabe do pouco ou quase nenhum valor que possui.

E estes intelectuais, Jorge Amado e José Américo de Almeida, sobre os quais nunca se levantou nenhuma suspeição sobre a autoria das suas obras, jamais baixaram o nível ao ponto de chamar de jumentos seus semelhantes. Esta forma chula de tratamento se adéqua a pseudo-literato, que movido pelo desespero parte para a agressão tentando desqualificar os que não se curvam e rejeitam a sua megalomania.

Sabe quantas ruas levam o nome de José Américo de Almeida em João Pessoa? Não? Apenas uma!

Quantas ruas levam o seu nome em São Luís?

Tentei contar, mas cansei-me. Cansei-me ou perdi a conta.

Sabe quantas ruas levam o nome de Jorge Amado em Salvador? Não? apenas uma.

Quantas ruas levam o seu nome em São Luís? Nem o senhor mesmo sabe.

Talvez, Senador José Sarney, o senhor não saiba que na Paraíba não existe nenhuma cidade com o nome de José Américo de Almeida.

No Maranhão existe cidade com o seu nome.

Quer comparar os valores entre o senhor e estes dois escritores? Não, não vou submetê-lo a tamanho constrangimento. Seria uma crueldade.

Respeite as pessoas para ser respeitado.

Não pense o senhor que tentando desqualificar os que se mostram indignado com tantos absurdos conseguirá intimidá-los.

Quer passar à história como um benemérito, um vulto digno de honras e aplausos, comece por doar esta sua aposentadoria de ex-governador a uma instituição de caridade, esforce-se por escrever uma obra digna deste nome, e, principalmente, respeite os seus semelhantes.

Talvez assim o senhor venha a ser lembrado como um homem que no fim da vida arrependeu-se.

Isto é o máximo que o senhor pode conseguir.

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