Campanha de Bolsonaro terá núcleos regionais em São Paulo, Rio, Minas Gerais e no Nordeste
O comitê de campanha de Jair Bolsonaro criará núcleos regionais que se dedicarão especialmente às estratégias de atuação em áreas chaves para a tentativa de reeleição do presidente. Receberão as equipes de reforço, até o momento, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e o Nordeste, na tentativa de alavancar o desempenho do presidente nas pesquisas eleitorais.
Estas estruturas tem como objetivo mobilizar as lideranças religiosas, alinhar os discursos estratégicos, apresentar os benefícios customizados para cada região e auxiliar nas visitas do presidente, entre outras tarefas.
Ainda nesta semana a cúpula da campanha bolsonarista quer definir os nomes que atuaram nestes núcleos regionais. Até o momento só há uma definição: o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que atuará no núcleo responsável pelo Nordeste. Gilson é pré-candidato do PL ao Senado por Pernambuco, mas se dividirá com a tarefa de reunir lideranças nos estados, buscar aproximação com prefeitos e organizar viagens.
Em 2018, Machado já havia atuado na campanha de Bolsonaro e tem dito que agora age mais como uma espécie de “consultor”. Apesar disso, o ex-ministro participou da reunião do núcleo duro da campanha na última terça-feira. No Nordeste, segundo o levantamento do Datafolha de 24 de junho, Lula tem 48% das intenções de voto contra 18% de Bolsonaro. A equipe do atual presidente reconhece que é impossível uma virada na região, mas trabalha com o objetivo de diminuir a diferença.
Para compensar a desvantagem, Bolsonaro vai concentrar esforços para ganhar votos no Rio, em São Paulo e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país, que reúnem 42% dos brasileiros votantes. O objetivo é chegar no dia 16 de agosto, quando começa a disputa oficialmente, mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas. Nestes locais, a definição dos coordenadores regionais, segundo integrantes do grupo, caberá à ala política, mas o perfil desejado é que o coordenador seja uma unanimidade local, além de ter acesso aos empresários e leitura política.
A preferência é que a função seja assumida por uma pessoa que não esteja disputando um cargo nestas eleições. Apesar disso, a proximidade com o presidente pode acabar sendo preponderante para entregar a tarefa de coordenação. A falta de um comando regional vinha gerando reclamação de aliados.
Vice-presidente nacional do PL, o deputado federal Capitão Augusto relatou ao GLOBO ter dificuldade na condução da campanha em São Paulo:
— Eu estou fazendo por conta, não tem coordenação política. Quanto antes, melhor. O interior é o segundo maior colégio eleitoral, antes tem a região metropolitana. O que pedimos é informação para a gente divulgar. Na hora de pedir voto, não tem jeito, tem que mostrar o que o governo fez de bom para a cidade.
O deputado afirmou que tem tentado levantar informações das ações do governo em São Paulo por conta própria, mas ainda não conseguiu avançar pela dificuldade de acesso às informações. Ele diz que o núcleo de campanha, caso tenha realizado esse levantamento, não o comunicou. (O Globo)
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