Bolsonaro mantém aprovação estável em 41% mesmo depois de prisão de Queiroz
Pesquisa DataPoder360 mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem 41% de aprovação e 49% de desaprovação. Os números se mantiveram estáveis desde o último levantamento, divulgado há 15 dias.
O estudo foi realizado no início desta semana, dos dias 22 a 24 de junho. Ou seja, depois da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Queiroz foi encontrado na casa de Frederick Wassef, então advogado do senador e de Bolsonaro na 5ª feira da semana passada (18.jun.2020). Wassef nega que o presidente e seu filho mais velho tinham conhecimento de que o ex-assessor estava em seu imóvel.
O levantamento revela que o episódio não abalou as taxas de aprovação e desaprovação do governo.
Quando se leva em conta o rendimento dos entrevistados, a taxa de aprovação mais alta é no grupo dos mais pobres (os que não têm renda fixa) –justamente quem recebe o auxílio emergencial de R$ 600.
O percentual positivo para o presidente é igual, considerando a margem de erro, entre homens e mulheres: 42% e 40%, respectivamente, aprovam a administração federal.
Considerando o nível de escolaridade, os que cursaram ensino superior são os que mais desaprovam o chefe do Executivo: 66% nesse estrato.
As regiões Centro-Oeste e Norte também são onde o governo lidera em aprovação no país: com 52% e 48%, respectivamente. Já no Nordeste, 59% dizem desaprovar o militar.
O gráfico a seguir mostra o desempenho do governo federal estratificado por gênero, idade, região, escolaridade e renda.
A pesquisa, realizada de 22 a 24 de junho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 549 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Conheça mais sobre a metodologia lendo este texto.
REJEIÇÃO: 48%
O percentual dos que rejeitam o governo de Jair Bolsonaro teve trajetória de alta nos últimos meses. Na pesquisa de 13 a 15 de abril, os que consideravam o chefe do Executivo ruim ou péssimo eram 33%. Hoje, são 48%.
A ascendência da curva de rejeição coincidiu com o avanço da pandemia de covid-19 no Brasil. No período, o presidente entrou em embate com outros Poderes, participou de manifestações com pautas antidemocráticas, ofendeu setores da mídia e perdeu 4 de seus ministros: Sergio Moro, da Justiça, Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos da Saúde, e Abraham Weintraub, da Educação.
Além disso, houve a controvérsia sobre a divulgação das novas mortes e casos comprovados de coronavírus. O governo chegou a retirar do ar por alguns dias as informações completas. Houve uma reação negativa da mídia, que acabou criando 1 consórcio para apurar diariamente os dados sobre o vírus.
Recentemente, o país também ultrapassou a marca de 50.000 mortos pela doença. Foram inúmeras imagens de caixões, valas abertas e hospitais lotados nas emissoras de televisão.
Quem mais rejeita?
- 53% – mais jovens, de 16 a 24 anos;
- 63% – com ensino superior;
- 59% – nordestinos.
Quem mais aprova?
- 35% – que tem ensino fundamental;
- 35% – mais velhos, acima de 60 anos;
- 40% – população do Centro-Oeste.
Leia a estratificação completa no infográfico abaixo:
Com a curva de rejeição em ascendência nos últimos meses, criou-se 1 novo ambiente na política. Começaram a ganhar espaço grupos defendendo a troca de governo e a criação de uma “frente ampla” anti-Bolsonaro.
Nessa leva, surgiu também 1 movimento chamado “Somos 70%” argumentando que o presidente tem apenas cerca de 1/3 do eleitorado a seu favor –e que 70% seriam contrários a ele.
A pesquisa do DataPoder360 mostra que essa teoria não tem, pelo menos neste momento, aderência com a realidade.
A divisão de estudos estatísticos do Poder360 cruzou as respostas de quem acha Bolsonaro regular com as de quem aprova ou desaprova o governo. Descobriu que nesse grupo 50% aprovam o governo e 35% desaprovam. O quadro a seguir detalha essa estratificação:
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