Beto Castro retorna ao cargo de vereador e fala sobre assassinato de empresário
Beto Castro (Avante) retomou suas atividades como vereador de São Luís. No mês de abril, o parlamentar pediu licença de até 121 dias para tratar de assuntos pessoais.
Na ocasião, Beto prestou esclarecimentos a respeito do homicídio do empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, presenciado pelo vereador, na última sexta-feira (19), em São Luís.
“Eu estava no lugar errado e na hora errada. Tentei, de todas as formas, separar a confusão, como mostra um vídeo que foi divulgado, mas, infelizmente, não houve o controle emocional do atirador. Lamento muito porque perdi um grande amigo. Fiz o que pude, estou a fazer e farei até o último momento pela família enlutada. Tenho certeza que a justiça será feita, conforme a vontade de Deus”, afirmou.
Em depoimento, no último sábado, na Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa, e deu detalhes sobre o assassinato do empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho, de 46 anos, executado a tiros nessa sexta-feira, 19, na porta do edifício Tech Office, no bairro Ponta d’Areia em São Luís. (veja no vídeo acima)
Segundo depoimento, o qual o JP on-line teve acesso, o vereador marcou encontro com a vítima nessa sexta, a fim de resolverem “suas coisas do dia a dia”.
Beto Castro afirmou que Bosco trabalhava esporadicamente para ele, e tinha “elevada estima e apreço pela vítima”, que fornecia cestas básicas para alguns vereadores da Câmara Municipal de São Luís.
Após resolverem algumas pendências, se deslocaram até o Tech Office, onde o vereador afirmou ter marcado um encontro com o assessor de um ex-deputado e ex-secretário de governo, candidato a deputado estadual nestas eleições. No entanto, a reunião não chegou a acontecer devido ao crime.
Já na Praça de Alimentação, Beto Castro relatou que encontrou com um amigo, que se juntou a eles em uma mesa e ficaram conversando sobre política. Em dado momento, a vítima avistou o suspeito, identificado por Gilbson Júnior, e teria dito: “Olha um vagabundo ali”, mas não soube dizer se o indivíduo chegou a ouvir o insulto.
O vereador disse que Bosco chamou Júnior para sentar-se à mesa com eles, e então começou a cobrar uma suposta dívida, fato que fez os ânimos se alterarem. Percebendo a tensão entre os envolvidos, o amigo de Beto Castro resolveu se despedir e foi embora.
A discussão prosseguiu, segundo depoimento do vereador, sem saber informar o valor da dívida. Bosco seguia cobrando Júnior de forma veemente, alegando que ele “não pagava porque não queria, pois se tratava de um vagabundo”.
Beto Castro afirmou que tentou acalmar os ânimos, sem sucesso, até que Gilbson Júnior resolveu se levantar e saiu caminhando, mas Bosco o seguiu e continuou com a cobrança em tom elevado. O vereador disse que percebeu que eles poderiam se agredir, e então resolveu agir como mediador entre os dois.
O vereador contou que estava convencendo Júnior a ir embora quando a vítima teria dito: “Rapaz, vagabundo igual a ti não paga nem se colocar uma pistola na boca”. Foi quando, conforme consta no depoimento, o autor puxou uma arma de fogo da mochila e atirou três vezes contra Bosco, que tombou na porta do edifício.
Beto Castro contou que, após os tiros, “em pânico”, correu para se abrigar, assim como outras pessoas, enquanto o suspeito se evadia do local. Afirmou, também, que não teve nenhuma discussão com o autor, nem era ele que possuía a dívida, conforme informações que chegaram a circular logo após o ocorrido, e que Bosco seria o responsável por fazer a cobrança com Gilbson. Frisou que o encontro entre eles ocorreu por força do acaso.
O vereador ainda relatou que não acredita em crime orquestrado, porque tudo se desenvolveu devido à discussão acalorada entre os envolvidos.
Por fim, Beto Castro destacou que recolheu os pertences da vítima, a pedido dos policiais militares que chegaram ao local do crime. Posteriormente, entregou o aparelho celular, relógio, óculos, um cordão e uma pulseira para a esposa de Bosco, a qual não se recorda o nome.
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