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Arthur Lira segue os ensinamentos da escola de sobrevivência de Sarney

Ouvi de um emedebista “histórico”, certa feita uma definição impactante, para acompanha a política brasileira:

– Sarney é um herói, um monstro. Ele enfrentou e venceu a opinião pública brasileira, várias vezes, e ganhou todas.

Em parte, concordo com ele:  Sarney ganhou todas as batalhas enfrentadas com uma parcela mais politizada da sociedade brasileira. Não que sua imagem, de forma geral, tenha melhorado – não é o caso. Mas se manteve no poder até os dias em que sua saúde permitiu.

Para o ex-presidente, ser querido ou popular pouco importava; o que valia era o tabuleta na porta do seu gabinete em Brasília.

Nessa escola já se formou, com méritos, o senador Renan Calheiros, que quase foi cassado pelos colegas de Senado, em 2007, escapando por cinco votos, que ele conseguiu reverter na última hora.

Depois, o emedebista voltou a presidir a Casa e hoje pouca gente lembra da história da Mendes Júnior.

Lava-Jato?

Vem tirando de letra e ainda acompanha a derrocada dos seus acusadores da República do Paraná.

O que fizeram Sarney e Calheiros?

Resistiram e investiram no tempo como principal aliado.

Eis que essa também parece ser a aposta de Arthur Lira: deixar passar a saraivada de denúncias, pelo menos a mais intensa, se mantendo no cargo e no poder.

Depois, eis o segredo, esperar que o tempo opere.

Mas há de saber que para melhorar, ainda vai piorar um bocado. (Ricardo Mota)

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