Após tentar fechar rádio pública, Sarney fala em liberdade de imprensa
O ex-presidente José Sarney subestima a inteligência dos maranhenses. Em artigo publicado nesse fim de semana no jornal O Estado do Maranhão, pasquim de propriedade da sua família, o oligarca resolveu sair em defesa da liberdade de imprensa. Logo ele, que tem um polêmico histórico de censura à mídia.
Uma das últimas ofensivas do clã foi contra a Timbira AM, rádio pública maranhense. Em maio desse ano, o Maranhão foi surpreendido com a notícia que grupo político liderado por Sarney queria fechar a emissora por seis meses. À época, o jornal anunciou a existência de quatro representações contra a rádio na Justiça Eleitoral, Ministério Público Eleitoral e no Ministério das Comunicações.
Esse não foi o primeiro ataque do clã a emissora. Em 1995, a então governadora Roseana Sarney, uma das donas do Sistema Mirante de Comunicação, menosprezou a importância histórica da Timbira e decidiu extinguir a rádio.
A Timbira só não encerrou as atividades graças aos esforços de voluntários, e somente em 2017, já no governo Flávio Dino (PCdoB) a rádio conseguiu se reerguer, passando por um amplo processo de revitalização e modernização.
Silêncio ao Estadão
Pesa ainda contra a oligarquia Sarney a censura imposta ao jornal O Estado de São Paulo. Desde 2009, O Estadão está proibido pela Justiça de publicar informações sobre investigação da Polícia Federal, que apura supostas contratações de amigos e familiares feitas pelo ex-presidente José Sarney por meio de atos secretos.
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