Após polêmica, governo reabre museu de Sarney nesta segunda
Folha de São Paulo – O governo do Maranhão vai reabrir nesta segunda-feira (19) a FMRB (Fundação da Memória Republicana Brasileira), entidade pública que administra o acervo do ex-presidente José Sarney (PMDB).
A decisão foi anunciada neste domingo (18) após reunião no Convento das Mercês, prédio histórico sede da instituição, entre secretários estaduais e moradores do bairro do Desterro, que participam de atividades oferecidas pela FMRP.
Na última sexta (16), a direção da fundação decidiu fechar a instituição após o governo Flávio Dino (PC do B) ter demitido os 48 servidores comissionados da FMRB.
Rival histórico dos Sarney, o novo governador venceu as eleições do ano passado e pôs fim a cinco décadas de domínio do grupo político do ex-presidente no Maranhão.
A gestão Dino chegou a cogitar a privatização da fundação, o que gerou revolta do grupo ligado a Sarney, que falou em perseguição política do novo governo.
Agora, a gestão Dino afirma que vai ampliar as atividades desenvolvidas na FMRB. Uma comissão foi formada neste domingo para isso.A gestão Dino chegou a cogitar a privatização da fundação, o que gerou revolta do grupo ligado a Sarney, que falou em perseguição política do novo governo.
“Essa comissão que assumirá a Fundação a partir de amanhã (segunda-feira) e realizará estudos sobre a estrutura do prédio, sobre as atividades já desenvolvidas e sobre o importante acervo histórico ali presente”, afirmou por meio de nota a secretária de Cultura, Ester Marques.
Até o ano passado, a instituição oferecia a crianças e jovens do bairro do Desterro e adjacências um projeto de reforço escolar, cursos profissionalizantes, curso pré-vestibular, entre outras iniciativas.
Segundo a secretária, essa comissão dará continuidade imediatamente às atividades já desenvolvidas no local e terá poder de ampliar a programação a partir de estudos de necessidades e de demandas da própria comunidade.
Após a reunião com a comunidade, os representantes do governo receberam os funcionários comissionados que foram demitidos para uma conversa.
POLÊMICAS
Logo no primeiro dia de mandato, o governador assinou um decreto proibindo que bens públicos do Estado recebam o nome de pessoas vivas, o que inclui novas homenagens aos Sarney.
O fechamento da FMRB gerou insatisfação da população do bairro do Desterro.
Sobre a possibilidade de privatização da FMRB, até o ex-presidente se manifestou. Ele disse, em nota, que a FMRB é “um grande monumento cultural, o mais visitado do Estado, e tem prestado grandes serviços educacionais, culturais e turísticos”.
Sarney comparou a importância da fundação com a da FGV (Fundação Getulio Vargas), “como centro de estudos, de difusão cultural e de preservação da memória”.
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