Por Oswaldo Viviani (JP Online)

Em entrevista ao programa Bom Dia Mirante, na manhã de hoje (7), o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Guimarães Mendes Filho, afirmou que o tenente-coronel Francisco Jefferson Araújo Teles, comandante do Policiamento Metropolitano, “foi muito açodado, muito precipitado” em suas declarações em defesa dos dois policiais militares envolvidos na morte do pedreiro José de Ribamar Vieira Batista. O pedreiro foi baleado por um dos PMs, no último dia 31, após ser perseguido por supostamente não ter pago o abastecimento que fez num posto de combustível.

Os policiais – identificados como cabo Joniel Ribeiro Farias e soldado Francisco Silva Lima (ambos do 6º Batalhão) – disseram, em depoimento, que José de Ribamar saiu do carro e tentou atingi-los com um facão e um canivete, mas uma gravação feita por celular e divulgada na internet e nas redes sociais desmente essa versão.

Aluísio Mendes afirmou, ainda, que o tenente-coronel Jefferson “acreditou nos policiais que levaram uma versão a ele, quando deveria ter esperado uma apuração mais profunda dos fatos”.

Para o secretário, o desgaste do tenente-coronel – que insistiu em sua polêmica defesa dos PMs, em entrevista ao Jornal Pequeno no sábado (5) – “é natural, aconteceu”, mas é preciso ver essa situação com muito cuidado, uma vez que o comandante do CPM é “um excelente profissional, que tem mostrado um trabalho muito efetivo no combate à criminalidade”.

Uma reunião entre os integrantes da cúpula da Segurança do Maranhão está marcada para hoje (7). Nela deverá ser definida a permanência ou não do tenente-coronel Jefferson à frente do CPM.

Sem corporativismo – Quanto à apuração do caso, Aluísio Mendes disse que isso será feito nas esferas da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Corregedoria de Polícia.

“Os fatos serão esclarecidos em sua totalidade, sem corporativismo e sem fazermos juízo de valor. Não se justifica, numa primeira visão, a atitude dos PMs naquela situação, mas vamos aguardar os laudos periciais para que, mais uma vez, não nos precipitemos e façamos declarações que no futuro possam ser desmentidas pelos laudos”, afirmou Mendes, que garantiu que a família da vítima poderá ter acesso a todo o processo de investigação.