Aliado de Sarney vê royalties ‘por trás’ do Rock in Rio
Blog do Josias de Souza
As críticas que soaram contra José Sarney no ‘Rock in Rio’ voltaram a eletrificar a sessão da Assembléia Legislativa do Maranhão nesta quinta (6). Da tribuna, o deputado Magno Bacelar (PV) insinuou que a batalha política pelo rateio dos royalties do petróleo “está por trás” do gesto de Dinho Ouro Preto.
Líder da banda ‘Capital Inicial’, Dinho dedicou a Sarney a canção ‘Que País é Esse’, de Renato Russo. Durante a execução, a platéia entoou: “Ei, Sarney, vai tomar no cu”.
Vice-líder do bloco que apóia a governadora Roseana Sarney na Assembléia maranhense, Bacelar disse que Dinho “tem duas faces”. “Chega ao Maranhão, elogia Sarney. Vai para o Rock in Rio e começa a criticar”, disse.
Em seguida, realçou o empenho de Sarney para levar a voto no Senado o projeto que inclui Estados sem petróleo, como o Maranhão, no rateio dos royalties. Para Bacelar Sarney exibiu “maturidade, respeito e trabalho pelos brasileiros e brasileiras” ao incluir na pauta de votações “a lei dos royalties.”
Bacelar prosseguiu: “Então, naturalmente, é claro, por trás do Rock in Rio há um trabalho contra o Nordeste, contra o desenvolvimento…” “…Os senadores do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias, [Francisco] Dornelles, o governador Sérgio Cabral, [o prefeito] Eduardo Paes não querem abrir…” “…eles querem ficar com tudo [os dividendos do petróleo] no Rio de Janeiro”.
Não foi a primeira vez que Bacelar defendeu Sarney dos ataques recebidos no festival de rock. Há dez dias, também em discurso na Assembléia, ele queixara-se da “falta de respeito” Dinho Ouro Preto.
Sobre a audiência do festival, Bacelar afirmara: “Muitos dos metaleiros vão ali drogados, maconhados [sic]”. As palavras do deputado inspiraram novos ataques a Sarney, dessa vez nos lábios de Tico Santa Cruz, da banda ‘Detonautas’.
E a platéia, de novo: “Ei, Sarney, vai tomar no cu”.
Deve-se a ressurreição do tema na sessão desta quinta ao deputado Marcelo Tavares (PSB), líder do bloco partidário que se opõe à gestão de Rosenana Sarney. Marcelo escalou a tribuna para criticar Ricardo Murad (PMDB), secretário de Saúde de Roseana. Súbito, injetou ‘rock and roll’ no pronunciamento.
Recordou que a mulher de Bacelar, Danúbia, prefeita de Chapadinha, contratara uma banda chamada ‘Aviões do Forró’ para animar uma festa na cidade. Sugeriu a Bacelar que fizesse gestões junto à mulher para que contratasse os grupos ‘Capital Inicial’ e ‘Detonautas’.
Seria, segundo ele, a melhor forma de verificar se Bacelar está certo ao dizer que os críticos de Sarney não terão coragem de molestá-lo no Maranhão. Foi em resposta às ironias do oposicionista Marcelo Tavares que o protosarneyzista Magno Bacelar retornou à tribuna.
Dessa vez, para insinuar que as críticas dos roqueiros no festival carioca foram ensaiadas com os políticos do Rio e embaladas a petróleo.
Isso ainda acaba em rock.
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