Ala do PMDB aconselha Novais a entregar ministério
O ministro do Turismo, Pedro Novais, foi aconselhado na semana passada por colegas do PMDB a entregar o cargo para evitar desgastes ao partido diante da série de denúncias que atingem a pasta.
Esse grupo avalia que Novais já foi tragado pelos escândalos e que o fato de não contar com apoio do Palácio do Planalto –ele até hoje não foi recebido pela presidente Dilma Rousseff em audiência– tornam sua situação irreversível.
“Para ter um ministério sem força e fraco é melhor que entregue o cargo”, afirmou o deputado Genecias Noronha (PMDB-CE).
A Folha apurou que entre os caciques do partido na Câmara a avaliação é de que o ministro só não entregou a carta de exoneração ainda a pedido do líder do partido, Henrique Alves (RN), um dos fiadores da indicação de Novais para o ministério.
Novais tem afirmado a interlocutores que vai seguir o que o partido determinar.
A próxima terça-feira (23) é considerada uma data decisiva para a permanência do ministro no cargo. Ele será ouvido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. Os senadores costumam ser mais duros que os deputados nos seus questionamentos. Além disso, na Câmara o ministro estava acompanhado do “padrinho” Henrique Alves.
Dirigentes do partido afirmaram que Novais estaria inseguro quanto a esse depoimento no Senado. A Folha apurou que ele chegou a fazer um treinamento de mídia desde que os escândalos atingiram a pasta.
A Folha revelou no sábado (20) que uma emenda de R$ 1 milhão do então deputado Pedro Novais vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA), sem potencial turístico. O valor já foi todo empenhado. Apesar disso, a obra não foi informada ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Maranhão e o engenheiro que aparece como responsável disse à Folha que nunca ouviu falar na empresa.
Reportagem publicada neste domingo informou que a pasta destinou R$ 352 mi a cidades que não têm turistas.
Há duas semanas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher, que prendeu servidores do ministério, entre eles o número dois da pasta, o ex-secretário-executivo Frederico Costa, sob acusação de participarem de esquema de desvio de dinheiro público por meio de uma ONG.
Novais defendeu o assessor preso em depoimento na Câmara semana passada. “A escolha dele para o cargo foi feita por mim, até porque ele era a pessoa disponível que mais conhecia os trâmites da relação entre o Turismo e o Planejamento.” Frederico, porém, foi exonerado do cargo na sexta-feira (19).
OAB pede saída do ministro do Turismo
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, defendeu neste domingo (21) o afastamento do ministro do Turismo, Pedro Novais, do cargo.
Ele comparou as denúncias de corrupção no ministério as que atingiram e derrubaram outros ministros como dos Transportes e da Agricultura.
“Há um comprometimento muito forte do ministro do Turismo com a estrutura do ministério que está contaminado. O ideal seria que ele se afastasse do cargo”, disse.
A Folha revelou no sábado que uma emenda do então deputado Pedro Novais vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA). Ele destinou R$ 1 milhão para a construção de uma ponte na cidade sem potencial turístico. O município recebeu mais verba do que cidades como Jijoca de Jericoacoara, destino conhecido internacionalmente.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), também pediu no sábado que o ministro do Turismo deixe o cargo. “A situação de Pedro Novais é insustentável. Se ele se der ao respeito, deve entregar o cargo já”, afirmou.
Segundo Bueno, ministro “confessou sua incompetência ao afirmar, em audiência na Câmara, que haviam irregularidades nos convênios de sua pasta. E pior, admitiu que não fez nada para sanar a roubalheira”.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (RN), um dos fiadores da indicação de Novais para o Turismo, disse que a saída do cargo “é uma decisão do ministro”, mas que considera não haver envolvimento dele com as denúncias de corrupção.
Há duas semanas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher que prendeu servidores do ministério, entre eles o número dois da pasta, o ex-secretário-executivo Frederico Costa, sob acusação de participarem de esquema de desvio de dinheiro público por meio de uma ONG.
Novais defendeu o assessor preso em depoimento na Câmara semana passada. “A escolha dele para o cargo foi feita por mim, até porque ele era a pessoa disponível que mais conhecia os trâmites da relação entre o Turismo e o Planejamento.”
Frederico, porém, foi exonerado do cargo na sexta-feira (19).
Na terça-feira (23), o ministro deve comparecer ao Senado para se explicar novamente.
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