Aí tem! Área perto do terreno do Hospital de Urgência da Prefeitura é invadida
Por Jully Camilo (JP) com edição do blog do John Cutrim
Moradores do Conjunto La Ravardière, situado na Avenida Luís Eduardo Magalhães, no Alto do Calhau, denunciaram ao Jornal Pequeno que um grupo de pessoas invadiu um terreno nas proximidades do local destinado à construção do Hospital Central de Urgência Emergência de São Luís, pela Prefeitura de São Luís. O JP esteve hoje (17) no local e constatou que está havendo desmatamento e queima da vegetação nativa. A fumaça das queimadas constantes afeta os quase 70 moradores do La Ravardière.
Os moradores informaram que a invasão ocorreu há cerca de 10 dias. O terreno invadido é de mata fechada, onde predomina a vegetação nativa, além de um riacho e de diversos animais silvestres. A área invadida já foi inclusive demarcada em forma de lotes.
A queima de árvores, bananais e juçarais teve início no último fim de semana, contaram os moradores. Muitas árvores já foram cortadas e os invasores realizam frequentes queimadas, como uma feita no início da tarde de hoje (17), logo após a reportagem do JP deixar o local.
“Minha casa, minhas roupas, tudo é afetado pela fumaça. Trabalho com costura, e já perdi três vestidos de noiva. Estou sendo obrigada a trabalhar só no período da noite, quando o movimento no terreno invadido diminui e com isso as cinzas e a fuligem também”, disse uma moradora do Conjunto La Ravardière.
“Nossa rotina foi drasticamente alterada e o nosso sossego também. Na semana passada chamamos a polícia, o Grupo Tático Aéreo (GTA) sobrevoou a área e os invasores foram embora, mas no dia seguinte voltaram de novo e continuam aí desmatando tudo”, completou a moradora.
De acordo com uma engenheira, que também mora no conjunto, existente há 22 anos, o crime ambiental também atinge muitos animais da área – macacos, pássaros e até jacarés.
“Aqui passava o rio Calhau, que já foi entupido de esgoto. Agora, são os animais silvestres que estão sendo expulsos de seu habitat. O pior é que o poder público, que deveria resolver essa situação, se omite. Eu já liguei para o Ibama e fui informada de que não era jurisdição deles. Na sequência entrei em contato com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema) que também fugiu da responsabilidade”, disse a moradora.
Os invasores – As perto de 20 pessoas que invadiram a área verde do Calhau são da Vila Conceição, um bairro próximo.
Talyta Sousa Silva, 20 anos, disse que é natural de Santa Quitéria, interior do estado, mas já reside em São Luís há sete anos. Ela relatou que invadiu o terreno porque ela e o marido, que é pedreiro, não têm mais condições de pagar o aluguel de R$ 250 da casa em que viviam na Vila Conceição.
“Não sei quem é o dono do terreno, mas meus vizinhos estavam vindo e então decidi tentar a sorte também”, afirmou Talyta.
O carpinteiro cearense Edson Montes, 32, casado e pai de dois filhos, contou que mora em São Luís há quatro anos. Ele afirmou que invadiu a área para realizar o sonho de ter sua casa própria. “Isso de derrubar árvores e queimar, todo mundo faz. Por que a gente não pode fazer?”
Nota do blog: O blog apurou que a invasão pode estar sendo orquestrada para atrapalhar a obra de construção do Hospital Central de Urgência e Emergência, executada pela Prefeitura de São Luís. Testemunhas relataram que os invasores foram levados para o local de carros, algum dos quais plotados com propaganda de candidatos. O titular do blog custa a crer que a há motivação de adversários políticos do atual prefeito por trás desta ação. Aí seria muita maldade e mesquinharia política.
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