Agora ministro, Sarney Filho ignora pressão e não se licencia do PV
Pressionado por correligionários para deixar a cadeira, o ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente) não cogita entregar o posto ao presidente interino, Michel Temer. Ele evitou dar entrevistas sobre o tema, mas vem informando sua decisão por meio da assessoria de imprensa da pasta.
O senador Álvaro Dias (PR) e outros quadros do PV, partido de Sarney Filho, defenderam publicamente que o colega se licencie da legenda, sob justificativa de que a Executiva Nacional aprovou a posição de independência em relação ao governo.
Nesta terça-feira, o presidente do PV, José Luiz Pena, e o líder da bancada da sigla na Câmara, Evandro Gussi (SP) saíram em defesa de Sarney Filho e reiteraram apoio à permanência dele na Esplanada. Pena gravou um vídeo, publicado no site do PV, em que dá publicidade à decisão do comando do partido.
“Estamos, intransigentemente, dispostos a apoiar a gestão de Zequinha no governo, mas teremos independência para ter a crítica necessária onde achar eu governo não se posicionou corretamente.
O deputado Evandro Gussi fez coro e argumentou que o nome do correligionário foi uma escolha pessoa do presidente da República interino.
“Quando surgiu o convite (de Temer), a bancada concluiu que Sarney Filho é o melhor quadro que poderia ser oferecido ao País para o ministério e que ele teria apoio incondicional”, afirmou.
O líder, no entanto, esquivou-se de comentar a postura dos colegas favoráveis à tese de que, para continuar no governo, o ministro deveria se licenciar.
“Isso partiu de vozes isoladas e marginais (na reunião da Executiva), uma hipótese absolutamente indefensável. Não houve deliberação sobre licenciamento, mas não me sinto à vontade para julgar o comportamento do senador Álvaro Dias e dos demais”, disse Gussi.
Procurado, o senador do PV afirmou que, de fato, a Executiva não votou a possibilidade de licenciamento do ministro, mas argumentou que houve diversas manifestações nesse sentido. (Folha de SP)
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