Agora cai: Dilma marca reunião com Temer para definir novo nome para o Turismo
A presidente Dilma Rousseff disse hoje que ainda não se encontrou com o ministro do Turismo, Pedro Novais, e que, portanto, não ouviu as explicações dele sobre as últimas denúncias envolvendo seu nome. “Primeiro a gente pede as explicações cabíveis. Eu voltei de São Paulo e hoje nós vamos encaminhar isso, avaliar a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila”, disse a presidente, antes de participar da abertura de seminário sobre gestão de compras governamentais em Brasília. Questionada se o ministro já havia dado as explicações a ela, disse: “Ele não me deu explicação, até porque eu não estava aqui”.
Em uma conversa na manhã desta quarta, envolvendo o ministro Novais, as lideranças do PMDB e assessores da presidente Dilma Rousseff, ficou decidido: 1) o PMDB não mantém mais apoio à permanência de Novais na pasta; 2) o ministro entrega hoje à presidente Dilma Rousseff a carta de demissão.
Novais caiu em desgraça por uma sucessão de escândalos. O primeiro deles foi noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Dias antes da posse como ministro, a reportagem revelou que Pedro Novais, então deputado federal, pediu ressarcimento de R$ 2.156 à Câmara por despesas em um motel de São Luís (MA). Novais incluiu a nota fiscal na prestação de contas da verba indenizatória.
O Planalto ainda não anunciou oficialmente a demissão do ministro Pedro Novais, do Turismo, porque a presidente Dilma Rousseff espera a chegada do vice-presidente Michel Temer a Brasília, na tarde desta quarta-feira, 14, para definir o substituto, que também sairá da cota do PMDB.
Nomes
Nos bastidores, as várias alas do PMDB já disputam a indicação. Padrinho de Novais, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, tentará emplacar no Turismo o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Corre por fora o ex-deputado Geddel Vieira Lima, que é hoje um dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal (CEF) e foi ministro da Integração Nacional no governo Lula. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Moreira Franco, também gostaria de mudar de cadeira.
Na noite desta terça-feira, 13, algumas lideranças do PMDB ainda avaliavam que Novais poderia continuar no cargo, esperando pela demissão apenas no rastro da reforma ministerial, preparada por Dilma para o fim deste ano ou janeiro de 2012. Além de tirar nomes herdados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente vai mexer na equipe porque alguns ministros precisarão deixar o cargo para disputar as eleições municipais – caso de Fernando Haddad (Educação), que deve disputar a prefeitura de São Paulo pelo PT.
Apesar da resistência de alguns peemedebistas, o Planalto já tinha conhecimento das novas denúncias contra Novais na noite desta terça. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, recebeu a íntegra das repostas que a assessoria do ministro enviou ao jornal Folha de S.Paulo para tentar justificar o uso de verba pública do gabinete parlamentar para pagar aluguel de carros e, como ministro, o uso de um ex-motorista, empregado no gabinete do aliado, para servir à mulher.
Líderes do PMDB diziam que Novais tem uma personalidade “teimosa” e, por isso, estaria disposto a enfrentar as denúncias. Novais chegou cedo nesta quarta ao ministério. Com o PMDB informado sobre todos os detalhes do uso do motorista, o partido decidiu nesta manhã não mais fazer nenhum tipo de pedido junto ao Planalto em favor da manutenção de Novais no cargo.
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