Aécio e aliados receberam 9 milhões de reais em caixa 2
Ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, um dos braços mais poderosos da empreiteira, Benedicto Júnior afirmou à Justiça Eleitoral na quinta-feira 2 que durante a campanha de 2014 repassou, por meio de caixa dois, 9 milhões de reais a políticos do PSDB e do PP a pedido do então candidato tucano ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. Um terço desse valor, disse o executivo, foi para o marqueteiro da campanha de Aécio. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Benedicto Júnior prestou depoimento no âmbito da investigação feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a respeito de irregularidades na campanha de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) em 2014.
A ação, que foi proposta pelo PSDB e virou uma arma do partido contra Temer após o impeachment da petista, respinga agora nos tucanos. Na quarta-feira 1º, como mostrou CartaCapital, Marcelo Odebrecht relatou ter recebido pedidos de contribuição de campanha de Aécio, um deles de 15 milhões de reais.
Benedicto Júnior afirmou, segundo a Folha, que os 9 milhões de reais em caixa 2 foram distribuídos entre quatro campanhas: 3 milhões de reais para o publicitário Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio em 2014, e 6 milhões para Pimenta da Veiga (PSDB), candidato derrotado ao governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), eleito senador pelo estado, e Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP), eleito deputado federal.
A citação a Dimas Fabiano Toledo Júnior indica a proximidade de Aécio com a família. O pai de Júnior, Dimas Fabiano Toledo, foi diretor de Engenharia de Furnas, subsidiária da Eletrobras, e é apontado como operador de Aécio Neves em um esquema de desvio de dinheiro da estatal.
No fim de fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a renovação do inquérito contra Aécio e também o depoimento do tucano, bem como do ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu (PT). De acordo com delatores, o PSDB e o PT teriam dividido Furnas na transição entre os governos FHC e Lula.
À Folha, Aécio Neves, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo Júnior negaram qualquer tipo de irregularidade. (Carta Capital)
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