As apostas de que a união dos dois pré-candidatos de oposição à Presidência da OAB-MA, Thiago Diaz e Charles Dias, vão mudar o quadro das eleições para o Conselho Seccional e a Diretoria da entidade podem estar corretas. Mas os beneficiados com o acordo devem ser o pré-candidato Mozart Baldez e a pré-candidata Valéria Lauande.

Depois que o mais jovem dos pré-candidatos, Thiago Diaz, firmou uma aliança de chapa única com o outro pré-candidato, Charles Dias, as críticas se acirraram. Poucos são os advogados que ainda o apoiam. Os aliados agora são as figuras conhecidas da política da OAB, já derrotadas por mais de uma vez pelo grupo que apoia Valéria Lauande e que se blindam através do rosto novo do candidato. O motivo é simples. Diaz defendia “renovação” na Ordem dos Advogados do Maranhão e, depois do pragmatismo eleitoreiro, não tem mais como sustentar o mesmo discurso. Ele também é, inclusive, membro de uma cobiçada Comissão na atual gestão da instituição que tanto critica, sem ter deixado muitas contribuições à causa dos advogados. Apesar dos ataques à gestão da OAB/MA, o advogado nunca foi afastado pelo presidente Mário Macieira.

O resultado é que uma parcela considerável de jovens advogados declara que agora se sente ultrajada com o acordo feito com o advogado e ex-presidente da União Democrática Ruralista, Charles Dias, que já foi candidato a deputado estadual, em 2002, pelo PDT. Nos bastidores das eleições da OAB, comenta-se que a verdadeira pretensão dele é realizar o sonho de ingressar na política.

Quem tem se beneficiado com a aliança é o pré-candidato Mozart Baldez que agora se intitula “a verdadeira oposição”. Um de seus mais fortes defensores passou a ser o advogado Marco Aurélio Haickel, que denunciou em uma rede social: “é triste perceber que quem se dizia um líder oposicionista, ou pelo menos tentou forjar-se como tal, no momento em que o combate se acirrou e, portanto, haveria de ter demonstrado abnegação e valor no calor da batalha, eis que titubeou e fugiu à luta deixando à mercê dos inimigos os seus liderados, em prol de uma barganha pessoal!”.

O acirramento dos ataques dos adversários parece não atingir a advogada a pré-candidata, Valéria Lauande. Enquanto os três candidatos trocam acusações, Lauande vem mantendo uma folgada e confortável liderança, recebendo apoios e homenagens. Nos encontros com os colegas, ela lamenta que a campanha em uma instituição tão séria quanto a OAB tenha chegado a um nível que não condiz com um eleitorado tão qualificado quanto o formado por advogados e advogadas. Há quem já aposte que a diferença entre os dois principais candidatos será enorme e que Lauande pode se eleger com mais de 70% dos votos.