Abin confirma ameaças do Estado Islâmico ao Brasil
Um integrante da organização terrorista Daesh (nome árabe do grupo que se autointitula Estado Islâmico) postou em sua conta pessoal no Twitter uma ameaça ao Brasil.
A mensagem “Brasil, vocês são nosso próximo alvo” foi postada em novembro do ano passado, logo após os atentados que deixaram 129 mortos e dezenas de feridos, na França, mas só nessa quarta-feira (13) a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou a autenticidade do perfil e da mensagem.
Embora alguns poucos sites tenham divulgado a existência da mensagem já à época, como o da rádio francesa Tendance Ouest, no Brasil o assunto só foi tornado público ontem (13), após o diretor do Departamento de Contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, confirmar as suspeitas.
Ao proferir palestra na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, em São Paulo, Sallaberry falou sobre as estratégias do Daesh para recrutar seguidores e ordenar atentados pelas redes sociais.
O diretor da agência de inteligência também tratou das possíveis ameaças terroristas aos Jogos Olímpicos Rio 2016 e dos riscos aos quais o Brasil está exposto atualmente.
Sallaberry não só revelou que a agência de inteligência já tinha confirmado a autenticidade da ameaça divulgada pelo francês Maxime Hauchard, como também informou que a probabilidade de o Brasil ser alvo de ataques terroristas elevou-se nos últimos meses, por causa dos eventos ocorridos em outros países e do aumento do número de brasileiros que têm aderido à ideologia do Daesh.
A reportagem não obteve detalhes sobre ligações entre brasileiros e o grupo terrorista.
Segundo o diretor de Contraterrorismo da Abin, a agência tem adotado ações para evitar possíveis ataques terroristas, como o intercâmbio de informações com serviços estrangeiros, a capacitação de profissionais de setores estratégicos e trabalhos com órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência, em especial com os eixos de segurança pública e defesa.
Conhecido como “o carrasco”, o francês Maxime Hauchard é suspeito de ser um dos terroristas que aparecem em vídeos que exibem a decapitação de pessoas sequestradas ou feitas prisioneiras pelo Daesh, sobretudo soldados sírios.
Os sites que primeiro divulgaram a informação, logo após a mensagem ter sido postada, observaram que o usuário havia criado o perfil pouco tempo antes dos ataques à França. Atualmente, a conta está desativada.
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