A VOZ DO DONO
Por Chico Viana (médico e vereador de São Luís)
A Assembléia Legislativa do Estado, em cujas cadeiras sentaram homens protagonistas e testemunhas da história do Maranhão, pela sua atuação política pautada na ética, na competência e na responsabilidade, eram preenchidas por cidadãos especiais que, pela sua vida profissional, pelos seus sadios pendores para a atividade político-partidária, pelo exercício impecável da vida pública, pelos caminhos que percorreram na vida até chegar ao cargo, ali foram colocados e avalizados pelos eleitores que, quase sempre, não se decepcionavam e, com eles mantinham por muitos mandados um voto de fidelidade, de retribuição e reconhecimento.
Enfim, a gente sabia quem era, o que era e para que viera e, poucas vezes se decepcionava.
Sempre dinâmica, ela veio se renovando, os mais velhos saindo, e os mais novos assumindo um legado moral que, se lhes não chegava a pesar aos ombros, aumentava muito a responsabilidade e a obrigação de não desonrar seus pósteros, o eleitor, e a instituição.
Agora, também é assim.
A atual Assembléia Legislativa tem novos nomes, alguns de primeiro mandato, outros de segundo, outros veteranos, mas todos com o rótulo, e o compromisso de se haverem dignamente em seu mister. É claro que, dentre os novos, os mais previdentes, os que realmente tem futuro político, os que assumiram sem intermediações o compromisso direto com o eleitor, os que tem vontade própria porque de seu próprio esforço conquistaram o cargo, estes muito observam, para não agir atabalhoadamente, não servirem de chacotas pelas intervenções pífias, numa retórica de lupanar , atropelando tanto a liturgia do cargo quanto o bom vernáculo. Poucos o conseguem acompanhar na TV Assembléia .Suas vituperações. Em casa desliga-se o aparelho, no plenário olha-se para o chão, e fala-se de lado, envergonhados por terem um colega de tal jaez.
São pessoas que, antes de tudo, tem um grave defeito, acham que o cargo faz o homem e, por serem deputados podem fazer o querem, dizer o que quuizerem, sem o menor compromisso com a verdade.Acontece que é o homem que faz o cargo. Quantas vezes o cargo de Presidente de uma República, não foi achincalhado e desmerecido pela atuação de um presidente que não soube fazer o cargo, tornar-se dele digno?
Lembro-me da última carta que o ministro Sergio Mota escreveu ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando já se preparava para o sono eterno e, justamente numa época em que o amigo atravessava uma turbulência administrativa, foi enfático e até repetitivo no texto: “Não se apequene! advertia; Não se apequene, pedia”.
Na visão de um homem que democratizou a telefonia no Brasil , e previu que celulares seriam dados, ou vendidos até em postos de gasolina, um visionário destes que aparecem poucas vezes no mundo, ele sabia que, se o homem-Presidente se apequenasse, o cargo também se apequenaria, e como passa o homem e o cargo fica,este não deveria sofrer o menor desgaste, pois era um legado de todos os brasileiros.
Infelizmente sempre há ovelhas negras, decepções e frustrações no parlamento, e de um modo geral,vem daqueles que o amesquinham.
Não tem moto próprio, bonecos de ventríloquos que falam pela voz do dono, marionetes cujos cordões são visíveis e que, na sua pequenez , e completa falta de auto-crítica, julgam-se o máximo, principalmente quando açulados e promovidos por uma imprensa que sempre se utilizou destes tipos, mas, felizmente, cedo deles se descartaram. Não se pode sustentar para sempre um ator bufo, logo se torna conhecido, daí a necessidade da fila andar, e como anda. Acho que o “professor” Sócrates ainda anda por aí a atestar esta verdade, se é que alguém ainda se recorda da histriônica criatura, da copa e cozinha de seu criador, hoje provavelmente carpindo um quarto de despejo.
O “deputado” Roberto Costa é o mandado da vez.
É um cidadão de primeiro mandato como são Eduardo Braide, Neto Evangelista, Edilázio Júnior, Edson Araújo, Leo Madeira, André Fufuquinha, Pádua, J.Pinto, Edson Araújo, Carlinhos Florêncio, Vianey Bringel, Valéria Macedo, Francisca Primo, Leo Cunha, Alexandre Almeida, Zé Carlos, Bira do Pindaré, etc… alguns mais familiarizados com a vida pública, outros se familiarizando, mas todos conseqüentes, oportunos e cientes de suas limitações que, com certeza serão superadas pela perspicácia e experiência de tantos outros mandatos que virão a ter, afinal conquistaram os votos, no corpo a corpo, olho no olho, não os receberam de bandeja, graciosamente claro, a preço da completa submissão.
Os seus patrocinadores são implacáveis: “-Vai, vai! Pega, pega,!Morde, morde!,” instigam os donos, pondo à prova sua fidelidade à moda canina. Que não se ofendam os cães.
E ele vai, e ele ataca, e ele tenta morder. Só que ás vezes pega um osso duro de roer. Mesmo assim tenta. E se orgulha, por exemplo, de haver impedido que 128.000 famílias fossem isentas do IPTU.
Para torná-lo ainda mais agressivo e julgar-se onipotente, premiam-no com manchetes como a de hoje(quarta) , na qual se proclama que “ele espera aguarda a versão do prefeito Castelo para os R$ 73 milhões de convênios feitos com o Governo do Estado”, aquele que, feito com todos os prefeitos foi suspenso, e novamente refeito somente para aqueles que entraram no barco.E detalha, a nota, que “os recursos foram depositados pelo Governo do Estado no Banco do Brasil como manda a lei, foram; o prefeito transferiu o recurso para a Caixa Econômica, transferiu, mas, ninguém consegue localizá-los”.
Ora meus amigos, numa época em que a justiça tem todas as contas bancárias em mãos através do Bacen-Judi, podendo transferir, bloquear, resgatar,identificar saques, o que quiser, em qualquer tempo e hora, o que o deputado diz é mais uma sandice.
Os recursos existem, a Prefeitura deles está de posse, a justiça sabe, é claro só não sabe quem, por direito, não pode saber. E o Prefeito tem mais o que fazer do que ficar dando informação a quem não tem a menor qualificação para recebê-la, e satisfação e quem se avilta tanto , merecê-la. e dela fazer bom uso.
E com certeza será muito bem aplicado, o Hospital de Emergência, ainda espera ser liberado, e muitas outras obras dele dependem. Já se estivesse nas mãos do Governo Estadual, quem sabe não seria parte dos R$ 50 milhões de propaganda gastos só este ano, mais da metade dele faturado para a emissora da família?
E tenho escrito, porque quando se escreve não se fala e, quando não se fala. não se diz.
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