O secretário de Educação do Estado, o deputado federal licenciado Pedro Fernandes é sem dúvida um dos melhores quadros políticos do grupo Sarney. Humilde, não afeito à muita exposição, o esforçado auxiliar de Roseana disse, em recente entrevista, que a Educação do Maranhão ainda precisa melhor muito para ficar razoável.

Tem razão ele. Durante os sucessivos governos de Roseana Sarney, este foi um dos setores que mais sofreram com o descaso do modelo oligárquico de governar. O aspecto positivo é que Pedro Fernandes até tem feito um bom trabalho na pasta para amenizar o cenário, ainda bastante desolador. Para isso, teve que enfrentar a resistência de gente do próprio grupo Sarney, que tinha a Seduc como uma ilha de negócios lucrativos. Lá, pelo menos a corrupção foi estancada.

Um pouco dessa mesma humildade do secretário de Educação deveria recair sobre a cabeça do secretário de Segurança, Aluísio Mendes. Poderia ele reconhecer o caos no sistema de segurança entranhado em todo o estado. Entretanto, o delator da Polícia Federal que salvou o filho do senador José Sarney da prisão prefere o malabarismo midiático – artifício desacreditado que ninguém mais confia – a pedir ajuda.

No mundo lunático do secretário, a série de atentados praticados por facções criminosas em São Luís são atos isolados. Ocorrem dentro da normalidade (isso até alguém próximo ser vítima da bandidagem). A criminalidade extrapolou, desafiando o cidadão e as autoridades maranhenses.

Se Aluísio tivesse o mesmo choque de realidade do colega de governo, indubitavelmente era um passo importante para reverter a calamidade em que nos encontramos.