A estratégia de Lula para ter o apoio de FHC e da velha guarda tucana na chapa com Alckmin
Aliados de Lula e o próprio ex-presidente intensificaram as articulações para conseguir apoio à possível chapa com Geraldo Alckmin. O foco prioritário das conversas é a ala histórica do PSDB, especialmente Fernando Henrique Cardoso. Recentemente, um interlocutor de Lula se reuniu com o ex-presidente tucano e pediu sua avaliação sobre a chapa com Alckmin. O aliado do petista saiu satisfeito com o que ouviu e ficou convencido de que FHC fará gestos de apoio à iniciativa.
Outro fator que animou os petistas e o entorno de Lula foi a conversa do ex-presidente com o ex-senador Aloysio Nunes, na semana passada. Nunes externo publicamente seu apoio ao movimento, que classificou como “muito positivo para a política” e uma indicação de “convergência e disposição de fazer uma política mais ampla”. A fala fez com que petistas e aliados de Lula vissem a possibilidade de ter apoio da ala histórica do PSDB já no primeiro turno das eleições.
— Esperávamos que um apoio desse grupo pudesse acontecer mais para frente, mas vimos esses movimentos recentes com uma possibilidade de que isso se antecipe. — disse um aliado de Lula à coluna.
Depois da conversa, Aloysio Nunes pediu um encontro com FHC, mas o encontro não tem data para acontecer. Devido à nova onda de casos da Covid-19, o ex-presidente parou de receber visitas. Petistas viram o gesto de Aloysio Nunes como um movimento para articular o apoio em torno da chapa Lula-Alckmin. Procurado, o ex-senador negou qualquer articulação e disse que o objetivo do encontro era falar sobre o cenário político com FHC e que, naturalmente, esse tema seria abordado.
Além de Aloysio Nunes, Lula teve encontros com outros tucanos nos últimos meses, como o ex-governador Marconi Perillo e o senador Tasso Jereissati. Em todas as conversas, falou da importância de ter um projeto adversário consistente, lembrou da unidade do PSDB antes de João Doria, avaliou que o PDSB perdeu força depois de 2014, quando Aécio Neves tomou as rédeas do partido. Também bateu na tecla de que devem se unir para derrotarem Bolsonaro.
No fim do ano, Lula ligou para FHC para lhe desejar feliz ano novo. Na conversa, deixaram acertado que se encontrariam novamente. O Globo
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