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A bandeira do interesse público

Editorial do Jornal Pequeno

Parceria institucional não é coligação, nem implica em aliança política. É bom que na oposição todos saibam disso antes de ‘crucificar’ o prefeito Edivaldo Holanda Júnior que, sabiamente, oficializou ao governo do Estado pedido de manutenção da parceria institucional realizada na área da saúde. Já é tempo de livrar São Luís dessa histórica deficiência na saúde pública e a cooperação entre governo e município para tanto é bem-vinda, em especial para o sacrificado povo do Maranhão.

Mais que necessárias, parcerias institucionais são comuns e tem servido para resolver graves problemas no país. Entretanto, é quase natural a presença dos céticos que veem na movimentação do prefeito uma forma de aproximação política com o grupo Sarney e distanciamento ideológico do grupo que confecciona a candidatura de Flávio Dino para 2014. É preciso entender que a missão do prefeito é governar São Luís, para o bem do povo e não secretarias e divergências partidárias.

Outra pareceria muito bem-vinda, no caso para o bem do estado e do município, é a que retoma o policiamento nos arredores das escolas, pois não é novidade para ninguém o nível de violência que consome a juventude maranhense. As escolas são hoje um dos principais territórios de atuação dos traficantes e a presença da polícia deve aliviar a carga de crimes nas proximidades de estabelecimentos de ensino em São Luís.

Não é imprescindível a existência de ligações emocionais para que uma parceria institucional dê certo. Neste caso, o fator emocional que governa é o de cumprir uma missão consagrada pelo espírito público. É claro que, em se tratando de política, compensações pessoais, para não dizer eleitorais, poderão advir de uma parceria, mas se tornam secundárias se os objetivos de salvar vidas e modificar nosso triste panorama educacional forem atingidos.

Pelo menos inicialmente, o benefício da coletividade deve ser a única compensação em vista. No caso todo particular da saúde, ver o hospital Socorrão habitado apenas por sua capacidade estrutural e não por multidões de doentes abandonados à própria sorte, seria uma recompensa histórica e emocional sem precedentes para qualquer pessoa com algum resquício de piedade no coração ou qualquer governante guiado pelo espírito público.

São Luís tem sim pago um alto preço pelas divergências políticas que quase sempre colocam o estado em confronto com o município. Os interesses maiores do povo têm sido sacrificados em nome do ranço, do ódio às vezes e das disputas paroquiais. Neste momento, o estado e o município estão, desta vez, na obrigação de confeccionar uma bandeira só, a bandeira do interesse público. Depois, quando os mais urgentes problemas da cidade estiverem solucionados, que cada um erga a própria bandeira e parta para a disputa eleitoral que quiser. Afinal de contas, ainda faltam mais de 700 dias para 2014 chegar. Até lá, que todos sejam parceiros de São Luís.

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