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A polícia confronta as máfias

É revigorante para a cidadania maranhense ver a Polícia Civil do Maranhão desencadeando operações de combate à corrupção, a exemplo da Polícia Federal em todo o Brasil. A nova mentalidade política que, 50 anos depois, surgiu no Maranhão com a chegada do governo Flávio Dino, permite à polícia judiciária vocacionar-se, finalmente, às missões também essenciais de combate ao crime organizado e à corrupção. Alguma coisa quase nunca aplicável, por exemplo, no governo Roseana Sarney.

E podemos lembrar a Operação Cayenne que, a cargo da mesma Polícia Civil, prendeu quatro suspeitos de envolvimento num esquema de desvio de R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia.

Em outra ação que revigora a cidadania maranhense, a mesma Polícia Civil investigou e prendeu agiotas e políticos que há muito tempo saqueavam recursos dos municípios impunemente, sob o olhar complacente, se não cúmplice, dos que detinham o poder.

Ontem, a Polícia Civil do Maranhão desfez um dos mais antigos e milionários esquemas de corrupção do Estado, ao mandar para a cadeia 22 membros de uma máfia que agia no Detran vendendo carteiras nacionais de habilitação. A Secretaria de Segurança Pública ainda não calcula quanto rendeu o golpe nesses anos todos, mas já se sabe que cada CNH era vendida por preços que variavam entre R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00. Ao risco de muitas vidas e despojando valores aos cofres públicos, muita gente enriqueceu.

Essas operações são exemplos que dignificam a atividade de polícia e dignificariam em qualquer lugar do mundo. São exemplos que revelam a quantas havia chegado a permissividade da lesão ao patrimônio do povo. Era o Estado coonestando a fraude, o suborno, o estelionato, o desvio de recursos e a propina para garantir privilégios financeiros desonestos a apaniguados do poder. Era como se não houvesse poder de polícia, porque à polícia, manietada em suas funções, só era permitido agir nos limites da pobreza sem defesa e sem Justiça.

Sabem, agora, as máfias colegiadas,  impunemente dedicadas a pilhar a sociedade e as instituições públicas, que também estão sujeitas ao poder de polícia e há, hoje, no Maranhão, controle social sobre a arrogância dos que se sentem no direito de agir acima das leis.

Sentem os mafiosos o peso do Estado de Direito a impor-lhes o constrangimento legal, os regulamentos da Justiça, o poder da autoridade, o que, a julgar pela licenciosidade até aqui havida, é novidade no Maranhão.

A polícia cumpre o papel que lhe é designado no sistema legal e no sistema político. Sem coerção, sem abusos, aprende a atender ao preceito constitucional segundo o qual todos são iguais perante as leis. (Editorial do JP)

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