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Escapando à lógica do impossível

Muito do que, pelas mais alegadas razões, parecia impossível, está acontecendo em São Luís. E, de tantos impossíveis, concluímos que tudo não passava de falta de vontade política, porque, simplesmente, não havia a vontade de fazer. A Política, conforme concebida por Aristóteles e outras sumidades, esbarrava, no Maranhão, em muros de confronto, em barreiras ideológicas que sitiavam os interesses do povo e privilegiavam o patrimonialismo, quase sempre em nome de uma hegemonia eleitoral.

Pecados de um modelo político que, durante décadas, jamais permitiu qualquer investimento na despoluição de nossas praias e no enfrentamento da fedentina orgânica de um dos nossos cartões postais, a Lagoa da Jansen, no fim um canteiro de doenças e péssima qualidade de vida afastando da quadricentenária cidade dos azulejos os turistas e tapando os narizes da população. Era possível fazer. E 12 dos 27 pontos de lançamento de esgotos na Lagoa da Jansen serão eliminados nos próximos 60 dias. E mais de R$ 14 milhões estão sendo investidos na despoluição de nossas praias.

Era possível fazer e não fizeram. Não se permitiram sequer uma parceria interinstitucional para pavimentar as ruas e avenidas da cidade. Não quiseram perceber que avenidas interbairros, para além dos ganhos em mobilidade urbana, impactariam a capital em termos de desenvolvimento econômico e social, melhor qualidade de vida e geração de emprego e renda. Estavam ocupados demais em não fazer qualquer tipo de concessão às aspirações do povo.

A política, ciência que conforme Aristóteles tem por objeto a felicidade humana e divide-se em Ética (a felicidade individual na polis) e Política (a felicidade coletiva na polis) desligou-se por completo, no Maranhão, do bem comum. E por esse estupendo desvio de finalidade, pagaram os povos de 217 municípios do Estado, incluindo o de São Luís. Mas, filosofias à parte, o Imesc revela que o Maranhão foi o estado que mais gerou empregos no mês de julho. A prefeitura e o governo do Estado são referência em transparência e controle dos gastos públicos e não mais se lê por aqui notícias de corrupção.

Como se infere do artigo publicado no JP, no último domingo, pelo governador Flávio Dino, os primeiros passos foram o restabelecimento de políticas sociais no Estado, a rearticulação do sistema produtivo, a justiça tributária, obras públicas (e não impublicáveis) e a Política repõe, assim, no Maranhão e em São Luís, como objeto, a felicidade humana e o bem comum.

E São Luís, administrada com honestidade e transparência pelo prefeito Edivaldo, à conta também de parcerias com os governos estadual e federal, escapa à lógica do impossível, reconstrói-se como destino turístico, livre das barreiras do patrimonialismo, da lama fechada e de perseguições unilaterais. Porque no Maranhão não se terceiriza mais o futuro do povo, não mais se recolhem impostos e transferências federais para contas secretas.

O impossível, afinal, era tão-somente uma patranha daqueles que não queriam deixar o possível acontecer. (Editorial do JP)

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