O bolo publicitário
Veio da revista Veja a denúncia de que as verbas publicitárias oficiais do governo do Maranhão eram destinadas, em sua maior parte, ao Sistema Mirante de Comunicação, R$ 10 milhões ao jornal “O Estado do Maranhão” e mais de R$ 23 milhões à Vênus platinada afiliada da Rede Globo, a TV Mirante. Em outras palavras, Roseana Sarney pagava a propaganda oficial de seu governo com uma das mãos e recebia com a outra.
Essa propaganda oficial, além dos lucros auferidos pelo monopólio de comunicação do senador Sarney, servia também para engabelar a população, passar a impressão de que o Maranhão era um estado em pleno desenvolvimento, o paraíso do pleno emprego, das grandes conquistas, dos grandes empreendimentos, como a malfadada Refinaria Premium que tanto desalento trouxe ao Maranhão.
A incontestável audiência da Rede Globo permitiu a sua afiliada no Maranhão dar vazão a um verdadeiro processo de lavagem cerebral que incluía a destruição moral e política dos adversários, quase sempre pela via da mais escancarada manipulação da informação, de uma total falta de escrúpulos e nenhum compromisso com a verdade.
Assim que se elegeu, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior se tornou a vítima preferencial dos ataques de um jornalismo conduzido, sórdido, detetivesco, que lhe atribuía culpas, vigiava, tentando fazer dele o inimigo público número 1 de São Luís. Tudo o que existia de negativo na cidade passou a ser culpa de um prefeito que acabava de se eleger; Tudo o que houvesse de positivo em sua administração, era descaracterizado, inclusive por imagens velhas armazenadas em arquivos da TV Mirante.
O bolo publicitário do Estado, repartido de forma a sustentar essa política de evisceração moral, serviu também para os mais sórdidos ataques ao hoje governador Flávio Dino que encontrou meio de se defender na Justiça e através das redes sociais.
Mas a derrocada do sarneisismo, ao que parece, apenas estimulou esse tipo doente de jornalismo. Tentam enxovalhar moralmente o diretor do Detran, Antônio Nunes, inventam que pessoas morreram num hospital de Coroatá por falta de oxigênio ou, como disse o secretário Márcio Jerry, outra vítima dos mais sórdidos ataques, “o jornal O Estado do Maranhão se transformou num panfleto ordinário, sem pudor em mentir, difamar, caluniar”.
Mas é certo que o bolo publicitário não servirá mais às comemorações do mesmo aniversário. O secretário de Comunicação, Robson Paz, informou que está aberta licitação para contratar uma pesquisa de hábitos de consumo de mídia. E esse será o primeiro passo para adotar critérios técnicos de distribuição da verba publicitária. “Antes, quem governava estava dos dois lados do balcão”, frisou. Em outras palavras, esse é mais um bolo que os Sarney não vão comer sozinhos. (Editorial do JP)
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