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Deputado Yglésio ataca prefeito de Grajaú, causa constrangimento na Assembleia e recebe enxurrada de críticas até de apoiadores

Em aparte, Yglésio Moyses proferiu ataques ao prefeito de Grajaú, Gilson Guerreiro

A sessão desta quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa, terminou sob forte desconforto após o deputado Yglésio Moyses (PRTB) direcionar um ataque pessoal ao prefeito de Grajaú, Gilson Guerreiro (PSDB), durante um aparte ao discurso do colega Ricardo Arruda (MDB). Ao comparar o prefeito “ao pior dos cachorros”, o parlamentar acabou desencadeando uma onda de críticas — inclusive de apoiadores que tradicionalmente concordam com suas posições — e passou a ser alvo de questionamentos sobre possível quebra de decoro.

O episódio ocorreu enquanto Ricardo Arruda contestava a decisão da Câmara Municipal de rejeitar as contas do ex-prefeito Mercial Arruda, seu pai. O deputado atribuiu a votação a suposta interferência política do atual prefeito, apesar de o Tribunal de Contas do Estado ter apontado irregularidades nos exercícios de 2010 e 2022, que embasaram a decisão dos vereadores.

Ao pedir aparte, Yglésio adotou um tom ainda mais agressivo. Sem conhecer Gilson pessoalmente, acusou o prefeito de deslealdade e afirmou, em tom de “profecia”, que Mercial — que já comandou Grajaú por cinco mandatos e hoje tem mais de 80 anos — retornaria em breve ao cargo. A postura destoou do ambiente legislativo e gerou constrangimento visível entre parlamentares e assessores.

Nas redes sociais, a reação foi imediata. Internautas reprovaram a fala do deputado, apontando falta de decoro, excesso de agressividade e um comportamento considerado incompatível com a posição que ocupa. Comentários mencionaram ainda que o ataque teria sido motivado por interesses de grupos locais, e que Yglésio, por não conhecer a realidade política de Grajaú, teria extrapolado ao defender aliados.

Analistas avaliam que tanto a fala de Yglésio quanto a de Ricardo revelam uma tentativa de transformar um julgamento técnico do TCE em disputa política antecipada, em meio ao esforço do grupo Arruda para preservar influência no município após a rejeição das contas de Mercial.

Outra declaração que repercutiu negativamente foi a de Ricardo Arruda, que afirmou que o mandato de Gilson teria sido “dado” por seu pai. A fala foi mal recebida entre interlocutores da classe política, que lembram que cargos eletivos são definidos pelo voto popular. Para eles, a afirmação reforçou uma visão antiquada da dinâmica eleitoral local e contribuiu para o desgaste provocado pelo episódio.

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