Fechar
Buscar no Site

Gás natural se consolida como combustível da transição energética no Brasil

A transição realista para uma matriz mais limpa e diferencial de competitividade para o Maranhão

O secretário adjunto da Sedepe José Domingues Neto, que reafirmou a importância da ampliação da oferta de gás natural no Maranhão, como matriz energética de transição

O Brasil vive um momento estratégico no cenário da transição energética. Enquanto fontes renováveis como solar e eólica despontam como protagonistas do futuro, a realidade atual impõe barreiras à substituição imediata de combustíveis fósseis nas indústrias.

Nesse contexto, o gás natural se consolida como o combustível da transição, com papel essencial para descarbonizar a matriz energética nacional sem comprometer a competitividade.

A substituição imediata de fontes fósseis por energias renováveis ainda esbarra em gargalos estruturais. Grande parte do parque industrial brasileiro não está preparado para operar com energia exclusivamente solar ou eólica. A conversão exige investimentos elevados, redesenho de processos produtivos e depende de estabilidade no fornecimento de energia — o que ainda não é garantido nas renováveis intermitentes, explicam especialistas em energia do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

GÁS: SOLUÇÃO VIÁVEL E IMEDIATA

Com maior estabilidade, menor custo de adaptação e emissão de até 70% menos CO₂ do que o carvão e 20% menos que o óleo combustível, o gás natural tem se apresentado como solução intermediária para reduzir emissões e assegurar segurança energética.

Dados do Ministério de Minas e Energia indicam que o gás responde hoje por cerca de 12,1% da matriz energética brasileira (2023). Sua ampliação é estratégica para viabilizar a chamada “transição para a transição”, expressão usada por executivos da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). A entidade tem defendido que o país amplie o uso do gás como etapa essencial até que as renováveis estejam plenamente integradas ao sistema.

INFRAESTRUTURA E DATA CENTERS: GÁS COMO VETOR DE COMPETITIVIDADE

Um dos principais argumentos a favor do gás natural é sua capacidade de suprir demandas de alta intensidade energética, como a de data centers. A crescente digitalização da economia e o avanço da inteligência artificial têm impulsionado o investimento nesse setor, que já representa cerca de 1,5% do consumo global de eletricidade — podendo chegar a 8% até 2030, segundo relatório da International Energy Agency (IEA).

Especialistas defendem que o Brasil tem potencial para se tornar hub de data centers na América Latina, mas precisa garantir fornecimento estável, com custo competitivo e baixa pegada de carbono. Segundo eles, o gás natural é o único combustível capaz de atender essas três exigências, atualmente.

Segundo a Abegás, diversos estados já sinalizam com políticas para atrair investimentos em data centers com base na garantia de suprimento de gás canalizado. Trata-se também de uma oportunidade de geração de empregos, renda e modernização da infraestrutura energética, defende a associação.

O uso do gás como matriz energética também tem sido defendido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe), no apoio a projetos estruturantes em implantação no Maranhão, a exemplo da Zona de Processamento de Exportação do Maranhão (ZPE), que vai atrair projetos como data centers, refinaria, entre outros.

Em recente participação na 3ª Edição da Feira International Bahia Oil & Gas Energy 2025 (Boge), a Sedepe foi representada pelo secretário adjunto José Domingues Neto, que palestrou no painel “Governança e Competitividade”. Domingues apresentou as ações do time de Governança de Óleo e Gás do Maranhão, em ação desde 2023 e reafirmou a urgência de o estado contar com novos empreendimentos que ampliem e garantam a oferta de gás como combustível de transição no Maranhão. “Existem projetos em implantação para ampliar a oferta de gás natural no estado, e que precisam ser viabilizados o quanto antes; para garantir competitividade e viabilidade energética para grandes empreendimentos futuros. O Maranhão não pode ficar para trás nesse processo”, afirmou o secretário adjunto da Sedepe.

MOVIMENTO ESTRATÉGICO DO SETOR

A movimentação da Abegás e de diversos players do setor busca ampliar o acesso ao gás, tanto via infraestrutura de dutos quanto por gás natural liquefeito (GNL), com apoio de terminais de regaseificação.

Paralelamente, tramita no Congresso o projeto de lei do novo marco legal do gás, que visa aumentar a concorrência no setor e atrair capital privado. A expectativa é que a regulamentação estimule o surgimento de novos fornecedores e a redução do custo do insumo.

GÁS COMO ETAPA, NÃO COMO FIM

Embora o gás natural não seja a solução definitiva para uma economia neutra em carbono, especialistas concordam que ele é o passo mais lógico e imediato para reduzir emissões sem provocar rupturas. O gás deve ser visto como um aliado da transição, não um adversário da sustentabilidade, nem matriz definitiva.

O futuro da energia no Brasil é renovável — mas a ponte que leva até lá será pavimentada com gás natural. Com investimentos consistentes, marco regulatório estável e políticas públicas claras, o país poderá usar essa fonte como alicerce para um crescimento sustentável, competitivo e alinhado às metas climáticas globais.

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens