Projeto Lealdade de Angola na Favela estimula a valorização das manifestações culturais afro-brasileiras

Atividades do Projeto Lealdade de Angola visam valorizar as manifestações culturais afro-brasileiras e a promoção do acesso à arte e à formação cultural nas comunidades da periferia de São Luís
Entre os dias 3 de janeiro e 30 de maio de 2025, o bairro da Madre Deus, em São Luís do Maranhão, foi palco de uma intensa programação cultural por meio do Projeto Lealdade de Angola na Favela. A iniciativa teve como foco principal a valorização das manifestações culturais afro-brasileiras e a promoção do acesso à arte e à formação cultural nas comunidades periféricas da cidade.
O projeto foi realizado nas instalações do Conselho Cultural da Madre Deus, contando com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da produção da Global Gomes Ltda, em parceria com o grupo Lealdade de Angola. A coordenação geral ficou sob responsabilidade de Edvaldo Gomes Fonseca Neto, e a coordenação de produção foi conduzida por Werth Silva, conhecido no universo da capoeira como Mestre Cabeludo.
Durante os cinco meses de execução, o projeto ofereceu quatro oficinas principais, além de realizar apresentações artísticas em espaços públicos e históricos da capital maranhense. No total, mais de 450 pessoas participaram diretamente das atividades formativas.
OFICINA DE CAPOEIRA
A oficina de capoeira mobilizou cerca de 100 participantes, entre crianças, jovens e adultos da comunidade. A atividade combinou prática corporal, musicalidade e teoria, abordando temas como a história da capoeira, seus fundamentos filosóficos e culturais, os principais movimentos, cantos, toques do berimbau e o papel da capoeira na resistência negra no Brasil. Além disso, a roda de capoeira se firmou como espaço de diálogo, convivência e fortalecimento da identidade afro-brasileira.
OFICINA DE PERCUSSÃO DE TAMBOR DE CRIOULA
Com público estimado em mais de 120 pessoas ao longo do projeto, essa oficina abordou os elementos essenciais do Tambor de Crioula, manifestação tradicional do Maranhão. Os participantes vivenciaram práticas de percussão, dança e canto, aprendendo os toques tradicionais dos tambores, as coreografias circulares (pungadas), a história da manifestação e sua dimensão espiritual e ancestral. A oficina contribuiu para o fortalecimento do Tambor como símbolo de resistência cultural afro-maranhense.
OFICINA DE PERCUSSÃO DE BUMBA MEU BOI
Voltada à tradição do Bumba Meu Boi, manifestação emblemática do Maranhão, essa oficina teve a participação de aproximadamente 50 pessoas. Os conteúdos abordaram a origem do Boi, sua trajetória histórica, os diferentes sotaques (como matraca, zabumba, orquestra e costa de mão), além dos ritmos, instrumentos e cantigas. A proposta foi proporcionar uma imersão nos elementos que compõem essa expressão coletiva, despertando o interesse e o respeito pela diversidade cultural maranhense.
OFICINA DE CONFECÇÃO DE INSTRUMENTOS
Com um público expressivo de cerca de 190 participantes, essa oficina foi a mais procurada do projeto. Com foco na fabricação artesanal de instrumentos musicais utilizados nas manifestações abordadas no projeto, os participantes aprenderam a confeccionar berimbaus, pandeiros, tambores de crioula, matracas e zabumbas, utilizando materiais acessíveis e técnicas tradicionais. Ao final, mais de 100 instrumentos foram produzidos, muitos dos quais utilizados nas apresentações finais. Essa oficina teve um papel importante na valorização dos saberes manuais e da autonomia criativa da comunidade.
APRESENTAÇÕES PÚBLICAS
Como parte da culminância do projeto, foram realizadas apresentações de capoeira em três pontos turísticos e históricos de São Luís: Praça Nauro Machado, Praça João Lisboa e Praça da Faustina, no bairro do Reviver. Esses momentos foram marcados por grande participação popular, promovendo a interação entre a comunidade local, os turistas e os artistas envolvidos. “As apresentações serviram como vitrine para os aprendizados adquiridos durante as oficinas e como celebração da cultura afro-brasileira em espaço público”, destacou o coordenador-geral do Lealdade de Angola na Favela, Edvaldo Gomes Fonseca Neto.
Ao final de sua jornada, o Lealdade de Angola na Favela cumpriu com excelência sua missão de fortalecer a cultura popular, promover o pertencimento e valorizar os saberes ancestrais presentes nas comunidades maranhenses. “O projeto deixou um legado concreto: centenas de pessoas formadas, dezenas de instrumentos produzidos artesanalmente, apresentações memoráveis em locais históricos e, sobretudo, o sentimento coletivo de que a preservação da cultura popular do Maranhão está mais viva e fortalecida”, ressaltou Edvaldo Gomes Fonseca Neto.
“O sucesso do projeto reafirma que investir na cultura é também investir na cidadania, na educação e na dignidade de um povo”, concluiu Edvaldo Gomes.
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