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Falar de morte também significa falar de vida

JOSÉ AUGUSTO SILVA OLIVEIRA*

Amigo e confrade Carlos Augusto Furtado Moreira:

Dentre tantos significados do viver, um que se destaca bastante é a formação de vínculos. Vivemos sempre formando vínculos com as coisas, com as situações e, de uma maneira especial, de forma ainda mais intensa, nos apegamos às pessoas que passam pela nossa vida, que caminham ao nosso lado ou que vivem conosco. Acontece que no decorrer da vida, alguns desses vínculos formados se rompem e acabamos por vivenciar experiências de perdas. E é nesses momentos que experienciamos o conhecido processo de luto. O processo de rompimento de vínculo afetivo.

Vivenciamos lutos quase que diários. Com frequência passamos pela experiência de perdas, as mais diversas… E também nossos entes queridos morrem! E, quando isso acontece, é natural que fiquemos tristes, que de alguma forma paremos para reorganizar a nossa vida que, nesse momento, mais do que nunca, sofre grandes transformações.

Num processo único e singular, numa experiência solitária, que vai variar em modo e tempo, de pessoa para pessoa, precisamos aprender a lidar com a ausência do outro que antes estava ali bem presente em nossa vida.

Apesar do caráter singular de vivência de cada ser enlutado, sabemos que atravessar o período de luto é uma experiência, em geral, difícil. É comum que nos sintamos sozinhos diante da dor da perda e da ausência do ente querido.

Quando o luto chega, e com ele um turbilhão de sensações, é importante aceitá-lo como parte de nossa existência, permitir senti-lo de maneira que sejamos verdadeiros com nós mesmos, para depois emergir com mais energia para a vida que continua seu ciclo.

Aos que partem, Santo Agostinho, Doutor da Igreja, em sua reflexão sobre a morte, frequentemente usa a frase “A morte não é nada”, enfatizando a continuidade da alma e a transição para um estado diferente, não como um fim, mas como uma passagem.

Assentado nesta visão cristã de continuidade da existência após a morte, somos confiantes que o senhor José de Ribamar Moreira, seu pai, está no mundo do Criador, em plenitude de vida, enquanto continuamos a jornada no mundo das criaturas.

*Acadêmico titular da cadeira nº 35, da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (Amclam). Professor mestre da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), da qual foi reitor.

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