SEBASTIÃO UCHOA
Advogado do escritório Uchôa & Coqueiro Advocacia, delegado de Polícia Civil aposentado.

Ao abrir as redes sociais inerentes aos fatos e acontecimentos políticos da administração estadual e nacional, nesses últimos dias, surpreendi-me em alegria e entusiasmo com a nomeação, pelo governador Carlos Brandão, do então secretário de Segurança Pública do Estado, delegado da Polícia Federal aposentado, Raimundo Soares Cutrim; que, além de passar por um longuíssimo período à frente da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão – SSP/MA (12 anos), também, foi agraciado pela sociedade maranhense por dois mandatos parlamentares, na Assembleia Legislativa respectiva, local que deveria haver permanecido até o presente, uma vez que apresentou inúmeros serviços prestados de qualidade e que são registros indeléveis que permeiam ainda nos dias de hoje, desde sua passagem pela citada Secretaria de Segurança Pública, que digam-se de passagem àqueles momentos de glórias durante o enfrentamento do epitetado crime organizado no Maranhão e tantos outros feitos repressivos e preventivos realizados no Estado, durante os sucessivos governos nos quais integrava as equipes de secretariados à época.

Imagino que muitos ainda haviam entendido que Cutrim voltaria a reassumir a SSP, tão logo o atual governante assumisse o novo mandato. Contudo, parece que algo estranho ocorreu e a tal previsão não se concretizou, deixando vários integrantes das forças de segurança pública estadual frustrados; embora, sem missa de corpo presente ao atual titular da pasta, os grandes avanços integrativos e reparativos têm acontecido no Sistema de Segurança Pública maranhense, com a chegada do delegado de Polícia Civil Maurício Martins que, do seu jeito humano, mais incisivo e harmonioso e humilde especialmente, tem causado impactos positivos à frente da pasta, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias de heranças pretéritas, mas com reconhecimento do governador e de boa parte da população, tem vindo à tona nos últimos tempos diversos investimentos nas corporações que integram a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.

Isso são fatos incontestes, e o mais importante, em tão pouco tempo, ainda que outros avanços sejam esperados nesses tempos vindouros ante à sensibilidade do atual governante e simpatia com as atividades da pasta, bastante comentados nos corredores das forças de segurança pública estadual e da própria Secretaria de Segurança Pública.

Mas é do hoje secretário extraordinário de Articulações Legislativa do governo estadual, recém nomeado, que, ainda mesmo tendo alguns impasses de discórdias técnicas ao longo dos convívios funcionais, mas nada pessoal, obtive inúmeros aprendizados na carreira de delegado de Polícia Civil do Maranhão, de forma cordial e sutil, muitas vezes sem ele mesmo saber. Atribuo, à pessoa dele, diversos momentos de glórias na caminhada profissional que trilhei ao longo dos meus vínculos em passagens nos mais diversos cargos da pasta da SSP, assim como na extinta Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e, por último, na Secretaria de Estado da Justiça e Administração Penitenciária (Sejap).

Nesta última enfrentamos, desta feita infelizmente sem a presença de Cutrim, que, acredito, faríamos enfrentamento de forma incessante e desmobilizadora pela coragem que lhe é peculiar, o cenário já sedimentado de domínio das facções criminosas instaladas e acomodadas nos ambientes penitenciários do Estado por causas diversas, bem como extramuros penitenciários.

Eita, que períodos difíceis, com tantos embates e sem praticamente quaisquer estruturas, já que as existentes já haviam entrado em colapso, nas palavras do então juiz da Execução Penal Roberto de Paula, durante aqueles horrendos momentos pelos quais passou o Sistema Penitenciário do Maranhão. Só Deus e a pequena equipe que tivera comigo sabem do que e dos porquês faço o presente registro que, somente com a criação do gabinete de crise pela então governadora do Maranhão Roseana Sarney, o Estado do Maranhão pôde planejar e deixar recursos necessários para implantação dos avanços reorganizacionais desaguados no atual modelo de gestão penitenciária. Mesmo em meio ao fogo cruzado diversas medidas administrativas corretivas foram executadas simultaneamente, pós, obviamente, inúmeras discussões técnicas de todos os órgãos que compunham a mencionada administração pública estadual e apoio da então governabilidade federal da época, por meio dos órgãos federais afins em atividades no Estado do Maranhão e pelo então Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN do ex-Ministério da Justiça do mencionado Governo Federal.

Como conhecedor de todos os trâmites de funcionamento da SSP, com certeza, há de se esperar do secretário Cutrim mais apoio aos projetos de leis relacionados com a necessidade da modernização e atualização das legislações que regem as corporações que compõem a Secretaria de Segurança Pública Estadual; especialmente, fortalecendo os trabalhos do atual secretário de Segurança em prol dos necessários e continuados avanços que ainda muito se esperam da governança atual como um todo; e, claro, sem deixar, obviamente de promover outras grandes articulações tranversalisadas das demais pastas rumo a diversos avanços na administração estadual em voga, em prol da própria governabilidade e projetos específicos decorrentes.

Nesta senda, é de parabenizar a postura do atual governante estadual ao proceder com a volta do ex-secretário de Segurança Pública do Maranhão à cena da administração estadual por fatores diversos, dentre os quais, reconhecimento pela belíssima trajetória profissional deste genuíno nativo da Baixada Maranhense que, à luz de quem conviveu com ele muitos tempos, somente pode reconhecer se tratar de uma lenda viva que retorna à administração estadual maranhense, de forma triunfante.

Oxalá lhe dê todas as bênçãos, proteção e chuvas de apoios do governador do Estado, para que, até o último dia de governo na trilha do por vir, não venha faltar ao secretário Cutrim condições promissoras nessa nova jornada de desafios e de contribuição à sociedade maranhense, que ainda se tem muito por fazer e sonhar por dias melhores.