Cuidado: pode haver psicopata no caminho…
Aprendi, com meu pai, que um ser humano nunca deve se curvar perante outro ser. Devem se respeitar mutuamente, mas sem subserviência, subjugação ou qualquer forma de sujeição passiva, mesmo que esteja diante de interesses materiais ou imateriais, vinculando-os direta ou indiretamente.
Nenhum ser humano na Terra é eterno, muito menos quando se tratam de posições sociais que são tão sazonais ou efêmeras e, quando ausente equilíbrio pessoal, distante de uma relação outrora tida, pode causar até distúrbios ou descompensações psíquicas; principalmente, quando o apego é de extrema patologia endógena. Daí, o grande segredo de evitar-se, por excelência, o apego ou apreensões incomensuráveis na efêmera passagem humana por estas bandas de “cá”.
Tive a prazerosa oportunidade, em tempos pretéritos, de fazer a leitura do livro “Mentes Perigosas, o psicopata mora ao lado”, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Meu Deus, quanta irracionalidade humana carregamos dentro de nós e, aqui acolá, são reveladas por condutas profundamente comprometedoras para um bom convívio social. E o pior, indivíduos com caracteres de um psicopata, não é difícil de identificá-lo em nosso seio, seja lá familiar, nas organizações públicas ou privadas, religiosas, políticas etc. Bastam percepções aguçadas pela racionalidade coerente, para facilmente os identificar, sobretudo sem os rótulos do senso comum, obviamente.
O mais comum e importante diante de um contexto em que tenha figura humana com esse distúrbio ou desvio de personalidade, é termos a certeza de nos blindarmos evitando aproximação e posturas atrativas muito usadas por eles, através de um aproveitamento de uma fraqueza sincera nossa relacionada com sensibilidade, compaixão e solidariedade, típicas de um homem que tenha em seu ser, o elemento emoção com parte integrante da vida, mas às vezes em estágio de vulnerabilidade. O que, infelizmente, esse ponto é completamente inexistente na pessoa portadora de uma psicopatia revelada; porém, profunda e oportunamente aproveita por este como forma de subjugar sua vítima, ante um interesse dele em face de alguma relação subjacente, sobretudo.
Às vezes, costumamos atribuir adjetivos a determinadas condutas humanas baseado em nível do “Maria vai com as outras”. Daí, o grande perigo pela rotulagem pertinente e aos poucos assimilamos as coisas como se fossem eminentemente normais, já que são tidas como “coisas de humanos mesmo”. Contudo, profundo engano, pois é na alçada dessa seara que o um ser com psicopatia do estilo de plantão, cria mitos e mitos sobre ele a fim de estabelecer relações de dependências ou mesmo subjugações à sua pretensa presa, onde outro fim não busca senão em ficar eternamente “por cima da carne seca”; principalmente, para se manter em impérios de dominação constante e aliciamento eterno aos seus interesses, já que a grande evidência disso tudo, trata-se de um egoísmo tão nocivo ao interesse social que sequer um portador do mencionado distúrbio, tem a sensibilidade da tamanha maldade por que comete diante de suas loucuras externadas (espalha inimizades, cria situações em que se apresenta como salvador da pátria, estabelece postura mitológicas em suas presas etc.).
E o pior, tudo dentro de um cenário doentemente planejado, arquitetado, embora inteligentemente esconda seus interesses para que “olhos investigativos mais aguçados” não possam enxergar e colocar mencionado “alienado mental” em seu devido lugar. Mas nada fica em pé por muito tempo, principalmente quando o adágio “o mal por si se destrói”, faz-se presente no por vir por relação de consequências decorrentes.
O saudoso líder religioso negro, norte-americano, Martin Luter King certa feita colocou que “não se deve chegar aos meios morais utilizando-se dos meios imorais”. Essa assertiva é verdadeira e me parece eterna para o bom uso dos portadores de psicopatia em suas ações. Porém, em contrapartida temos a proposição bíblica que diz “…que não cai uma folha que Ele não saiba…”, ou seja, somos inteligentes para fazer o mal, mas esquecemos que fazemos o mal a nós mesmos e muitas vezes por pura ignorância ou por inconsciência oriunda de distúrbio latentes de personalidade ou psiquiátrico mesmo, especialmente dentro do perfil da psicopatia na espécie de psicopata revelado no ser humano de quaisquer gêneros, especialmente.
É só questão de perspectiva ou percepção múltipla para se entender melhor esse nível de raciocínio, pois não podemos esquecer que estamos no dia a dia extremamente vulneráveis no que tange ao encontro ou reencontro com pessoas de nível desviante conforme descrição acima, sobretudo dentro de um mundo frenético social, hoje fortemente virtual, que muito mascara a sensibilidade subjetiva em detrimento da objetiva e nos reduz a mera peça de reposição para interesses alheios. Notadamente, dos manipuladores sociais de plantão nos campos diversos das relações sociais em todas as acepções existenciais.
A saudosa escritora Lya Luft no artigo publicado em Veja, na Edição de 20 de maio de 2009, sob o título “A sordidez humana”, bem colocou acerca dessa face obscura (embora não assevere tecnicamente essa identificação desviante) do ser humano dizendo “que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça alheia? Quem é esse em nós, que ri quando o outro cai na calçada?” e arrematando suas conclusões nos coloca que “a sordidez e a morte cochilam em nós”, e “ninguém me diga que somos bonzinhos, e só por acaso lançamos o tiro fatal, feito de aço ou expresso em palavras. Ele nasce desse traço de perversão e sordidez que anima o porco, violento ou covarde hospedado aqui acolá em nosso ser, e faz chorar o anjo também existente dentro de nós”.
No fundo, recomenda-se que não deixemos para que nosso algoz disfarçado de bonzinho, solidário, amigo e confidente saiba ou visualize nossa sensibilidade, compaixão e humildade, pois na certa estaremos na garra ou na condição de mais “um” na história nefasta desse ser insensível chamado psicopata em sua fúria instintiva e sem limites, nas aventuras de sua ambição na busca incessante de seus prazeres doentis, geralmente vinculados a uma relação de poder para simplesmente ter o prazer de dominar unilateral e patologicamente querer mandar, subjugando sua ou suas vítimas, sempre priorizando seu estado umbilical de existência em detrimento do outrem subjugado, necessariamente.
Arrematando uma de suas nobres reflexões recomendativas, a mencionada psiquiatra, em síntese, pontua que todo cuidado é pouco, de forma que “não negocie com o mal. Jamais concorde, seja por pena, chantagem ou por qualquer outro motivo, em ajudar um psicopata a ocultar o seu verdadeiro caráter”. Na realidade, estaremos perpetuando que o mal não se destrua por si só, mas se fortaleça e se perpetue no seio social fazendo uma série de inocentes vítimas de sua caminhada na Terra, razão última para que tomemos sempre cuidado, pois poderemos a qualquer instante termo um ou uma psicopata em nosso caminho.
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