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MPMA realiza palestra sobre “Mídia e Violência Simbólica contra a Mulher”

Ivana Battaglin discorreu sobre a violência simbólica contra a mulher

Com a palestra sobre o tema “Mídia e Violência Simbólica contra a Mulher”, proferida pela promotora de justiça Ivana Moraes Battaglin, do MP do Rio Grande do Sul, o Ministério Público do Maranhão realizou, nessa terça-feira (27), no auditório do Centro Cultural do MPMA, mais uma ação alusiva ao Agosto Lilás, campanha que visa promover a conscientização sobre o combate à violência contra as mulheres.

Mediada pela titular da 3ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Mulher de São Luís e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero, Selma Martins, o evento teve como público-alvo membros, servidores, estagiários e terceirizados do MPMA, profissionais e veículos de comunicação.

Participaram como convidados estudantes dos centros de ensino Sousândrade, Desembargador Sarney Costa e do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema) Gonçalves Dias – da rede estadual de ensino – e da Faculdade Estácio (cursos de Direito e Pedagogia).

Na abertura do evento, o diretor da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), José de Ribamar Sanches Prazeres, deu as boas-vindas à promotora de justiça Ivana Battaglin e à plateia e ressaltou a importância da discussão sobre o tema da violência contra a mulher.

A promotora de justiça Maria de Jesus Heilman, auxiliar da ESMP, fez a apresentação da palestrante. Também integrou o dispositivo de honra do evento a diretora da Escola de Governo do Maranhão, Leusinete Pereira

PALESTRA

Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do MP do Rio Grande do Sul, Ivana Battaglin, explicou que a palestra tem como base uma pesquisa que ela realizou em 2013 para verificar as formas como a mídia retratava a mulher naquela época.

Ela reuniu uma série de imagens extraídas de jornais e revistas desde a década de 1940, em que sobressaia a exposição da mulher que tinha como ideal de vida casar, ser mãe, cuidar dos filhos e da casa. Já na década de 80, aparecem muitas imagens em que a mulher é usada como objeto sexual, sobretudo nas propagandas de cerveja em comerciais para a televisão.

A palestrante relata que, em geral, a mulher que aparecia como padrão nos veículos de comunicação era branca, magra e loira, o que representa a minoria da população brasileira. “Tudo isso é uma forma de violência simbólica, na qual a destinatária dessa violência nem percebe o alcance. A mulher que não se enxerga nesse modelo se sente inadequada e busca a todo custo se encaixar nele”, observou.

No entanto, Ivana Battaglin destacou a mudança que tem ocorrido nos últimos dez anos, com o registro cada vez maior da diversidade que compõe a população feminina brasileira na programação da mídia, seja nos comerciais ou nos programas jornalísticos. “Ainda temos muito o que avançar, mas dá para perceber que muita coisa mudou nesse aspecto”, ressaltou.

Na opinião da promotora de justiça do Rio Grande do Sul, um ponto ainda a ser transformado é a forma como a mídia aborda os crimes de violência contra a mulher. Ela considera que, em muitos casos, os veículos emitem falas estereotipadas e centram o foco das reportagens na vítima e não no agressor. “Em muitas situações, a ideia que passa é que se o crime ocorreu é porque a mulher deu algum motivo para isso”.

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