Noberto pode ser o próximo escritor a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de São Luís
Sobre o tema, o blog conversou com Noberto, para saber um pouco mais das suas ideias e as suas reais chances na corrida rumo ao parlamento da capital maranhense.
A Câmara Municipal de São Luís poderá ter novamente um escritor nos seus quadros, a partir do próximo dia 1⁰ de janeiro. A capital que sempre se orgulhou da fundação francesa, de ser a Atenas brasileira e de falar o melhor português do Brasil, atualmente caminha sem a valorização destes temas tão caros às gerações passadas.
O parlamento de São Luís, que já foi a casa de tantos escritores importantes, a exemplo de Sálvio Dino e Ivan Sarney, hoje não conta com nenhum literato nas suas fileiras. E quem desponta com muitas chances de alcançar uma cadeira é o escritor Antonio Noberto, ex-presidente da Academia Ludovicense de Letras (ALL) e ferrenho defensor da fundação francesa de São Luís e da Atenas brasileira. Noberto é inspetor da PRF, bacharel em turismo pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), membro da Cruz Vermelha Brasileira no Maranhão, palestrante e recentemente recebeu o título de Doutor Honoris Causa em História pela Federação Brasileira das Academias de Ciências, Letras e Artes (Febacla). No último mês de agosto, foi agraciado com o título de Embaixador da Paz, pela Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos (OMDDH).
BLOG – Por que você resolveu se candidatar à uma das cadeiras da Câmara Municipal de São Luís?
NOBERTO – Completei 50 anos no dia 30 de agosto e entendo que com tanta experiência acumulada durante tantos anos era a hora de contribuir de forma mais efetiva para o progresso da nossa cidade em um momento tão decisivo e importante para a capital. Se em outros tempos fomos tão importantes na história do Brasil, quando ocupamos o honrado posto de quarta cidade brasileira, quando fomos a Atenas e a Cidadezinha dos palácios de porcelana, hoje amargamos as últimas posições entre as capitais do país. A ganância e a pouca visão dos políticos de plantão estão nos levando para um caminho ruim e para um rumo indesejável. Precisamos resgatar os valores dos nossos antepassados e retomarmos o caminho da geração de renda e dos empregos. É por isso que aceitei o desafio de entrar na política, pois conheço os princípios e os valores que apontam para o norte do progresso.
BLOG – Qual o valor da fundação francesa e da Atenas brasileira para a nossa capital e para os ludovicenses?
NOBERTO – Nas últimas décadas o Brasil entrou em declínio educacional e intelectual. E isto faz parte da pauta dos interesseiros de toda ordem, que sabem que o caminho para ampliarem seus lucros e sustentarem o famigerado status de país rico e povo pobre é bombardeando as bases do pouco que o país conquistou em educação. E a fundação francesa de São Luís e a Atenas brasileira são duas colunas da educação no país, período em que a população foi mais respeitada e tínhamos mais proximidade com o primeiro mundo, com o conhecimento e com a ética, trazidos em grande parte pelo estrangeiro. É por isso que você vê um verdadeiro bombardeio da ganância, contra a fundação francesa e contra a Atenas brasileira. Isto acaba sendo defendido e propalado por alguns que não tem a visão do todo. Se observarmos que a fundação das maiores capitais do país foi bem aquém da fundação de São Luís, a gente se questiona: então, por que tanto fogo cerrado contra a história de São Luís e um silêncio sepulcral com relação à fundação de todas as outras cidades estabelecidas por Portugal no restante do país? A fundação de São Paulo, por exemplo, foi uma escola jesuíta de madeira; o Rio de Janeiro um acampamento militar e a fundação de Salvador foi o dia da chegada de Tomé de Souza, quando pisou em solo baiano. Nenhuma destas fundações é questionada, e por que só a de São Luís? O que tem por trás? Eis a questão.
Precisamos mostrar o real valor da nossa história, pois isto nos reveste de proteção contra os interesses de toda ordem, que não permitem o progresso do povo e nem uma cidade melhor. É preciso alguém dar um sopro na cortina de fumaça criada para não permitir que os ludovicenses e maranhenses não conheçam a verdadeira história e percebam que um dia fomos a maior cidade da terça parte do Brasil. E não vou esquecer que Portugal conseguiu vencer as limitações e nos colonizou de forma espetacular. O que tento colocar é o pingo nos “is”, um fundou e o outro colonizou.
BLOG – Quais as suas chances de chegar à Câmara Municipal de São Luís?
NOBERTO – Considero muito boas. Primeiro, sou figura conhecida dentro da nossa cidade, tenho uma folha de serviços prestados à sociedade, como assessor de comunicação da PRF, como intelectual, criador do museu da França Equinocial, que conta um pouco do nascimento do Maranhão, sou membro fundador do Conselho Comunitário de Defesa Social da zona rural de São Luís, e estou saindo candidato apoiado pelo Conselho, que está organizado e pronto para a batalha. Poucos sabem que no início da década passada, às vésperas dos 400 anos de São Luís, me desfiz de um apartamento para custear pesquisa e a realização da exposição França Equinocial, escolhida em votação o Melhor evento cultural voltado para os 400 anos da nossa capital. Sou o criador do passeio musicado no Gavião. No ano passado dirigi de Lisboa para Paris, ocasião em que fui calorosamente recebido pela prefeita de Berthegon, cidade natal de Daniel de la Touche e ministrei palestra sobre a ligação França São Luís para pesquisadores e para a população local presente. Isto mostra um pouco da nossa generosidade com a nossa cidade. Poucos investiriam seus bens para racionalizar algo coletivo. Some-se que temos um rol de amigos bem engajados na nossa causa. Então, tudo isso nos gabarita para acreditarmos que alcançaremos a pretendida vaga. Hoje contamos com apoiadores em diversos pontos de São Luís. Estamos confiantes no reconhecimento de um trabalho de uma vida. Tenho muita fé em Deus que dará certo.
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