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Loló: conheça os riscos do uso da droga, bastante consumida no Carnaval

A professora Walquíria Silva detalhou os riscos que as pessoas correm quando usam loló

A festa de Momo é embalada, principalmente, ao som de blocos carnavalescos, e representa um momento de descontração e alegria, que geralmente é regado à base de muita bebida alcoólica. Mas o momento de folia também dá espaço a outras drogas não legalizadas. Dentre estas, destaque para o chamado loló, consumido, principalmente, pelos adolescentes, que negligenciam os riscos que a substância pode provocar.

“Pelo cheiro agradável, o loló parece ser inofensivo, mas a droga é um tipo de solvente e pode ter diversos efeitos colaterais, que vão desde um pequeno zumbido, até à morte, dependendo da quantidade usada pelo usuário”, explicou a professora de enfermagem especializada em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Estácio São Luís, Walquíria Silva.

Com efeito entre 5 e 20 minutos, o loló é uma das drogas mais acessíveis. Pelo baixo custo, o usuário consome a droga repetidas vezes para que seus efeitos sejam prolongados. “Isso acontece porque a droga traz ao usuário a sensação de leveza e euforia, um prazer cujo preço pode ser perigoso. Como é uma substância que age diretamente no pulmão e chega, em média de 30 segundos ao cérebro, ela produziu uma sensação de viagem/euforia”, detalhou.

O uso indiscriminado da droga pode trazer sérios riscos à saúde e até levar à morte em minutos. No início do mês, uma jovem morreu após usar uma grande quantia da substância. “Todo droga ao ser consumida em grande quantidade pode levar à morte, com o loló não é diferente. A curto prazo, quando inalado em quantidades abusivas pode causar parada cardíaca. Além disso, o consumo frequente desta substância traz problemas ao fígado, formigamento das extremidades, no caso, mãos e pés e da face. Após o efeito da droga, surgem náuseas, depressão, dores de cabeça e mal estar”, alertou a especialista.

PORTA DE ENTRADA

Pelo baixo custo e efeito rápido, o loló é considerado a porta de entrada para outras drogas. “Nossa grande preocupação é justamente essa. Dificilmente você encontra um jovem consumido apenas o loló, geralmente ele está associado a outros tipos de drogas, como o álcool, ou outros alucinógenos, que podem causar além de alterações físicas, psíquicas também”, pontuou.

De acordo com a professora de saúde mental, atualmente, a questão da dependência química é um dos maiores desafios não só para a saúde pública, como também para a política nacional de saúde mental. “A forma de condução dessas pessoas com dependência química ainda é desafiador. Inclusive, os alunos da Estácio desenvolveram um estudo que mapeou o perfil da emergência psiquiátrica. Destacando as drogas mais utilizadas e se as pessoas com saúde mental utilizavam essas drogas. Para nossa surpresa, 42% usam o loló pela facilidade do acesso e baixo custo”, revelou.

COMBATE

Popularmente conhecido como “sucesso” e classificada como inalante volátil, a comercialização do loló é considerada uma infração que pode levar à prisão do vendedor, com pena de um a três anos.

No último dia 10, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) prendeu em flagrante um homem suspeito de fabricar e vender droga loló, na região Metropolitana de São Luís. Com o suspeito, foi apreendido o entorpecente pronto para venda e uma grande quantidade de álcool, cloreto de sódio e outras substâncias usadas na fabricação da droga. Segundo a polícia, a droga seria comercializada durante o período de Carnaval.

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