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Texto do Pr. Lusival Gaspar, publicado na PG do dia 26/05/24

PERDÃO DE PAI
“Vou me arrumar, voltar para o meu pai e lhe dizer: ‘Pai, pequei contra Deus e diante do senhor; já não sou digno de ser chamado de seu filho; trate-me como um dos seus trabalhadores.’” (Lucas 15.18-19)
Uma das mais belas histórias da Bíblia, a famosa parábola do filho pródigo, contada por Jesus, é rica de ensinamentos. Embora o nome atribuído à narrativa ponha o filho em destaque, principalmente por ter desperdiçado – com meretrizes, inclusive – toda a herança recebida e haver se arrependido, precisamos também apreender com a conduta do pai da parábola, facilmente identificado com o Pai dos céus, por ter agido com extrema misericórdia e graça.
O filho mais moço da parábola arruinou uma considerável porção do patrimônio da família, após pedir a parte que lhe cabia da herança, quando o pai ainda era vivo, o que, por si, já não era normal. Quando dissipou tudo, tentava, sem sucesso, alimentar-se daquilo que os porcos comiam, passando a experimentar a desgraça absoluta. Foi aí que caiu em si e pensou em voltar à presença do pai para pedir-lhe que o tratasse como um simples empregado, condição bem melhor que aquela que estava vivendo.
O pai poderia ter decaído da esperança e ter dado o filho como definitivamente perdido. Contudo, ao que parece, o pai aguardava todos os dias o retorno do filho, tanto que “vinha ele [o filho pródigo] ainda longe, quando seu pai o avistou” (Lucas 15.20). No reencontro deles, o pai tinha tudo para jogar em rosto os erros e pecados do filho, através de um ríspido sermão preparado durante todo o tempo de espera…
No entanto, maior foi a alegria do pai em rever e reaver o filho, porquanto o perdão e o acolhimento foram mais fortes. Que lição! Precisamos aprender a trocar tantos sermões inúteis, que em nada se assemelham a conselho ou exortação bíblica, por amor, carinho e aceitação, principalmente se enxergarmos verdadeiro arrependimento e indisfarçável desejo de mudança por parte de nossos filhos, caso percam o rumo… Se o Pai esquece definitivamente os nossos pecados quando nos convertemos do mal, por que razão reteríamos o perdão aos nossos filhos?

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