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O Dever dos Cristãos na Apostasia

Mark Hitchcock e Jeff Kinley

Começando no versículo 17, Judas subitamente muda o assunto de sua carta, indo dos falsos mestres para os verdadeiros seguidores. Ele nitidamente contrasta os seus leitores dos apóstatas que ele vem descrevendo e denunciando nos versículos 4-16. Judas 17 começa: “Todavia, amados…”. A mesma expressão é encontrada novamente no versículo 20. Ele está nos dizendo qual é o nosso dever nos dias da apostasia. Como um pastor amoroso, Judas não está apenas preocupado em denunciar os apóstatas. Ele quer apoiar e fortalecer os crentes rodeados pela apostasia. Se quisermos saber como sobreviver nos últimos dias da apostasia, Judas 17-25 nos instrui claramente. Nesses versículos, Judas estabelece diretrizes simples para equipar seus leitores e também a nós.

Lembrem-se

A primeira coisa que Judas diz que devemos fazer nos dias da apostasia é lembrar: “Todavia, amados, lembrem-se do que foi predito pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles diziam a vocês: ‘Nos últimos tempos haverá zombadores que seguirão os seus próprios desejos ímpios’” (Judas 17-18). Judas está nos dizendo que a apostasia não deveria nos surpreender. A apostasia foi predita por todos os apóstolos (veja 1Timóteo 4.1; 2Timóteo 3.1-13; 4.3; 2Pedro 2.1-2; 3.3-4; 1João 2.18-19; 4.1-3). Embora o abandono da fé deva nos entristecer, ele não deveria nos surpreender. Nós precisamos lembrar que os apóstolos nos contaram que a apostasia viria.

Mantenham-se

Junto com lembrar-se, os crentes também precisam manter-se ou permanecer firmes no seu próprio crescimento espiritual: “Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna” (Judas 20-21). Esses versículos contêm quatro coisas que todo crente deve fazer para permanecer firme durante a apostasia.

Embora o abandono da fé deva nos entristecer, ele não deveria nos surpreender. Nós precisamos lembrar que os apóstolos nos contaram que a apostasia viria.

Primeira, devemos nos edificar continuamente na mais santa fé. Como fazemos isso? Estudando com fidelidade a Palavra de Deus, a qual contém a verdade “da fé”. A verdade pura da Palavra de Deus nos edifica espiritualmente e nos fortalece para permanecermos firmes em dias difíceis.

Segunda, os crentes devem orar no Espírito Santo. Nossa vida de oração deve ser consistente e deve ser impelida, controlada e guiada pelo Espírito Santo, que habita em nós (veja tb. Efésios 6.18).

Terceira, nós precisamos nos manter no amor de Deus. Isso não quer dizer que devemos fazer com que Deus continue nos amando. Deus ama os seus filhos e nunca deixará de amá-los. Nada pode nos separar do amor de Deus por nós (veja Romanos 8.38-39). No entanto, quando pecamos, podemos nos impedir de experimentar e desfrutar seu amor. O amor de Deus é como a interminável luz do sol, mas nosso pecado é como uma sombrinha que levantamos em nossa vida e que nos impede de desfrutar plenamente do amor de Deus. Nós permanecemos no amor de Deus por meio da nossa obediência a ele (veja João 15.9-10).

Quarta, ao testemunharmos a apostasia generalizada ao nosso redor, devemos desejar ansiosamente a volta de Cristo. Alguém já disse anos atrás: “Quanto mais sombrio é o olhar ao redor, mais resplandecente é o olhar para cima!”. O povo de Deus não é derrotista. Nós somos os derradeiros otimistas. Jesus pode estar voltando em breve. Todos os sinais que vemos ao nosso redor são como luzes de uma pista de pouso assinalando a aproximação do nosso Salvador. Enquanto esperamos a chegada do fim dos tempos, nossa tarefa é viver para Cristo, comprometidos a uma vida de estudo, oração, obediência e observância enquanto aguardamos a volta do nosso Senhor.

Alcancem

Depois de assegurar nossa própria saúde e estabilidade espirituais, Judas nos chama a amorosamente alcançar as pessoas ao nosso redor que são vítimas de falsos mestres. Judas salienta três grupos de pessoas que precisam de ajuda.

O primeiro grupo é o dos duvidosos. O versículo 22 diz: “Tenha compaixão daqueles que duvidam”. Nestes dias de apostasia e do afastamento da verdade, estamos rodeados de crentes confusos, vacilantes e hesitantes. Os falsos mestres atacam os mais vulneráveis. Eu me encontro regularmente com cristãos professos que lutam com todos os tipos de dúvidas sobre a veracidade da Bíblia, a exclusividade de Jesus, a natureza de Deus e o significado da vida. Devemos demonstrar compaixão e misericórdia aos que estão se afundando na dúvida e na confusão.

O segundo grupo que precisamos alcançar é o dos enganados. O versículo 23 diz: “A outros, salvem, arrebatando-os do fogo…”. A única outra ocasião em que Judas usa a palavra “fogo” é no versículo 7, referindo-se ao fogo do julgamento, portanto eu creio que aqui o significado é o mesmo. Essas pessoas estão em grande perigo espiritual. Quando a sã doutrina está sendo atacada, como acontece atualmente, precisamos procurar aqueles que estão enganados e permitir que Deus nos use para compartilhar o evangelho com eles, para que possam ser arrebatados do fogo. Suas falsas ideologias precisam ser confrontadas e expostas pelo poder da verdade de Deus (veja 2Coríntios 10.3-5).

Precisamos ter um medo saudável do pecado e manter a cautela de não nos aproximar demais, evitando assim nossa própria contaminação. Lidar com o pecado requer cautela e um medo saudável.

O último grupo que precisa do toque do povo de Deus é o dos contaminados. O versículo 23 continua nos contando: “… a outros, ainda, mostrem misericórdia com temor, odiando até a roupa contaminada pela carne”. Essas são as pessoas que foram dominadas, contaminadas e poluídas pela imundície deste mundo. À medida que os padrões morais, mesmo dentro das igrejas, continuam a desmoronar, a apostasia moral irá segurar um número cada vez maior de pessoas com suas garras. Os pecados da cultura inevitavelmente se tornam os pecados da igreja. Aos que estão subjugados pelo pecado, devemos exercer misericórdia com compaixão. Mas Judas acrescenta esta advertência: “… odiando até a roupa contaminada pela carne”. A “roupa contaminada pela carne” literalmente se refere a roupas íntimas sujas por excreções humanas, significando que devemos ter aversão ou repugnância pelo pecado na vida de outras pessoas da mesma maneira que odiaríamos ter que lidar com as roupas íntimas sujas dos outros. Precisamos ter um medo saudável do pecado e manter a cautela de não nos aproximar demais, evitando assim nossa própria contaminação. Lidar com o pecado requer cautela e um medo saudável.

Descansem

A última condição para sobrevivermos aos últimos dias da apostasia é descansar. Eu gosto muito disso. Judas termina esta sombria e tempestuosa carta com uma doxologia tranquilizadora da nossa segurança e certeza em Cristo: “Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém” (Judas 24-25). Judas começa e termina sua carta destacando a nossa segurança em Cristo (veja Judas 1).

Nenhum crente verdadeiro pode apostatar da fé. Um crente pode ficar confuso, lutar com o pecado e até acreditar em algumas coisas erradas, mas nunca podemos perder nossa posição diante de Deus. Ele tem o poder de nos impedir de cair. Ele vai nos acompanhar até o final, quando nos encontrarmos em sua gloriosa presença. Mas você só pode estar seguro se tiver um relacionamento pessoal com Deus pela fé em seu Filho, Jesus Cristo.

Este artigo foi adaptado de A Apostasia Vindoura, por Mark Hitchcock e Jeff Kinley.

Fonte/ chamada.com

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