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Bispo Mário Porto – ( PG do Jornal Pequeno do dia 19/11/23

QUANDO A ESPERANÇA VENCE

A palavra Esperança é traduzida como “tiqvah”: Expectativa, algo desejado e previsto ansiosamente, vem do verbo “gavah”: “olhar esperançosamente” numa direção particular. Em seu significado original, essa esperança, citada tantas vezes na Bíblia tinha o sentido de “esticar como uma corda, cordão”. Raabe foi instruída pelos espias, a amarrar um “tiqvah” na sua janela como uma corda de resgate. A tigvah, simbolizava Cristo Jesus, o sangue do Cordeiro espargido sobre a porta dos israelitas quando do Êxodo no Egito.

“Eu saí inteira, mas o Senhor me trouxe para casa vazia” (Rute 1.21).

A declaração é de uma israelita chamada Noemi. Sua história acontece na época dos juízes, cerca de 1150 a 1100 a.C quando houve grande seca em Israel e ela parte de Belém de Judá, para as terras de Moabe acompanhada do esposo Elimeleque e dos filhos, Malon e Quiliom. Ela deposita esperanças na partida, estava inteira, completa, ao lado das pessoas que amava e quando estamos com quem amamos, nos sentimos mais fortes e seguros.

O casal já vinha enfrentando dificuldades econômicas uma fase que se reflete nos nomes dos filhos: Malon – fraco, doentio e Quiliom – tristeza. A despeito disso a família era feliz, especialmente porque Noemi era uma mulher de fé que não se curvava a deuses estranhos, mas adorava ao Deus de Israel. Entre Belém e Moabe muitas coisas acontecem na vida de Noemi. O primeiro fato doloroso é a morte do marido. Viúva, distante de sua terra natal, só lhe resta agora a companhia dos filhos e das esposas moabitas: Rute e Orfa. Mas, os filhos também morreram sem deixar herdeiros. Orfa fica em Moabe e Noemi retorna a Belém na companhia de Rute.

Um mundo desabando, sendo desmontado em todas os seus termos. Noemi estava como que sem chão para pisar, sem ar para respirar. Para todos os lados que olhava a morte acenava, Moabe não lhe retribuiu a fé, nem a esperança, a terra sequer dava frutos e ainda lhe roubava todas as sementes. Noemi não consegue enxergar o futuro, não há sonhos. Era voltar para Belém e amargar a solidão dos dias, esperando sua própria morte: “Não me chamam de Noemi (Ditosa) me chamem de Mara (amarga). Cheia parti e o Senhor me trouxe para casa vazia. (Rute 1.20-21).

Onde estava a tiqvah de Noemi ? Em todas as direções, só via fome e luto. Noemi não estava vendo a Esperança, a corda que a alçaria da escuridão para a luz. E quantos de nós não conseguimos ver quando os olhos estão repletos de lágrimas ?

Os planos de Deus para Noemi, tem recomeço em sua nora Rute e se concretizam através de um homem chamado Boaz. Rute amava sua sogra e não a abandonou, seguiram juntas até Belém: “Não te deixarei, teu povo é o meu povo, teu Deus o meu Deus”. ( Rute 1.16). Boaz era descendente de Elimeleque (esposo de Noemi) e segundo a lei judaica, apto para resgatar o nome dos mortos e sua herança.

Não por acaso, nem por sorte, mas por providência Divina, Rute vai colher espigas nos campos de Boaz. Os dois se aproximam, se amam e se casam. Do relacionamento nasce um neto para Noemi, um herdeiro da família real de Davi, Obede, que vai se tornar o avô do Rei Davi, ancestral de Jesus Cristo. Deus não apenas realizou o desejo do coração de Noemi, mas fez da melhor forma.

Quando tudo parecer tomar a direção errada e o mundo desabar sob nossos pés, lembremos de Noemi, quando tudo parecia perdido a Esperança renasce e vence mais uma vez.

Indesistivelmente,

Mário Porto.

Vosso Conservo em Cristo.

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