Texto do Pr. Lusival Gaspar, publicado na PG do Jornal Pequeno do dia 05/11/23
ATIVISMO
“Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus excelso? […] Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?” (Miqueias 6.6-7)
Estar na presença do Senhor é condição indispensável à sustentação da vida espiritual, pois longe dele o homem está espiritualmente morto; distante de Deus, o homem não vive, apenas existe. Comparecer diante do Altíssimo tem o sentido de adorá-lo, prestar-lhe culto. Que, então, apresentar ao Senhor em atitude de culto? No sistema da Antiga Aliança, o povo apresentava ofertas e sacrifícios, com o fim de agradar a Deus. Entretanto, esse comportamento acabou se transformando num ritual religioso, que não promovia a transformação do homem interior.
No trecho bíblico citado, o profeta Miqueias faz uma profunda reflexão em torno do que o Santíssimo aceitaria como oferta, para concluir dizendo que não há nada que nos pertença que possa ser dado a Deus para satisfazer-lhe o coração. Ainda que o mais amado dos filhos pudesse ser entregue em sacrifício – o que não poderia ser feito, pois as Escrituras sempre proibiram o sacrifício dos filhos –, o Eterno não se comprazeria nesse tipo de culto.
Nestes tempos modernos, a pretexto de darem o melhor de si para Deus, muitos pais vivem uma atmosfera de elevada religiosidade, que, longe de agradar ao Senhor, provoca o sacrifício da própria família. A frequência assídua a reuniões, eventos e celebrações promovidos por igrejas, em prejuízo da assistência aos membros da própria família, e desprovida da comunhão e da intimidade profundas com o Pai, não passa de mero ativismo religioso, um sacrifício abominável aos olhos do Criador.
Eis, no entanto, o sacrifício agradável ao Senhor: “Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês” (Romanos 12.1). Devemos levar para o altar do Todo-Poderoso toda a nossa vida, para ser radicalmente transformada pelo Espírito Santo. Quando agimos assim, impactamos o mundo e sobretudo o nosso lar, a este poupando de qualquer sacrifício desnecessário.
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