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Texto do Pr. Hugo Zica – PG do dia 24/09/23

CARO OU BARATO?

Nas Ciências Econômicas existe um postulado que explica muito o mundo em que vivemos, e, ainda mais, também auxilia na compreensão de coisas para além do campo da Economia. Refiro-me à Lei da Utilidade Marginal, cujo primeiro proponente foi Alfred Marshall, um cientista econômico inglês. Por Utilidade Marginal entende-se que o valor de algo varia conforme o interesse de aquisição desse bem, excedendo, ou por vezes não equivalendo, o custo de produção. Um exemplo, para melhor compreendermos: Uma camisa, pelo tecido, botões, aviamentos, também o salário e custos dos funcionários, aluguel do espaço de confecção, eletricidade, etc, tem um custo “X”. Mas se você bordar a marca de algum designer famoso, o custo duplica, triplica, quadriplica, multiplica. Custa mais do que vale. Na contramão, vejamos por exemplo o baixo valor que se dá, em nossa cultura brasileira contemporênea, aos livros; se alguém compra um livro e paga, digamos, R$50,00, vai ouvir alguém dizer: “Isso tudo num livro?!”, traduzindo, na mentalidade de muitos, não vale o que custa.

Sirva essa introdução, um tanto quanto complicada (admito!) para nos fazer pensar em duas coisas: Salvação e Igreja.

Salvação. Gratuita. Será dada a todo aquele que invocar o nome do Senhor (Romanos 10:13). Cristo não pedirá dinheiro nem merecimentos para conceder Sua salvação. É salvação “pela graça, mediante a fé” (Efésios 2:8). Não pode ser comprada, é pela graça e de graça. Mas não quer dizer que seja barata. Foi preciso pagar a redenção de nossas almas com sangue, que é mais precioso do que ouro que perece (1 Pedro 1:18). Gratuita para nós, sim, mas para Jesus, custou-Lhe a vida. Paradoxalmente, mesmo sendo tão valiosa, para muitos é como se valesse pouco. São os que adiam indefinidamente, ou outros que menosprezam a salvação. Pensam que a vida dos crentes é muito regrada e que para seguir o Senhor é necessário abrir mão de muitas coisas. Nessa segunda parte, os que pensam assim não estão errados. É realmente necessário tomar diariamente a própria cruz e negar-se a si mesmo (Lucas 9:23). Mas sabe da maior? Vale, e muito, seguir esse Jesus.

A segunda coisa a que aplicamos esse conceito é a Igreja. Infelizmente vivemos um tempo complicado demais. Alguns que até mesmo pensam que são de Jesus, vivem a vida achincalhando as igrejas. Cada dia visitam uma, sem nunca assumir compromisso com nenhuma; são críticos de todas, sem tomar parte para ajudar nenhuma delas; são cheios de ideias do que a igreja deveria fazer, mas nunca estão aptos, disponíveis ou dispostos a tomar parte em algum esforço pelo bem e pela saúde do povo de Deus. São aqueles que agem como se a igreja valesse pouco; como se fosse uma parte opcional da vida cristã. Para esses, lembro que “Cristo amou a Igreja e Se entregou a Si mesmo por ela” (Efésios 5:25). Talvez, na opinião desses “sábios”, Cristo desperdiçou amour, ao amar a Igreja. Mas sabemos que não é assim. Na verdade, Jesus ama a Igreja, Sua noiva, e pagou por ela o preço mais alto. Só por não conseguirmos ver como Ele é que não reconhecemos o valor que para Ele está tão claro.

  1. Li, algures, que um homem achou uma vez uma pedra, e, por considerá-la bonita, levou para sua casa, onde serviu durante alguns anos como peso de porta. Umas três décadas depois, quando o homem faleceu, um de seus filhos levou a pedra para apreciação de um especialista, que identificou nela a maior safira já encontrada. Avaliou-a em milhões de dólares. Que disparate! Uma pedra de MILHÕES de dólares, segurando a porta de uma casinha velha e pobre. É isso que acontece, quando não se sabe dar valor ao que tem valor. Pior o que acontece com quem não sabe reconhecer, em tempo, quão preciosa dádiva é a salvação, quão valioso privilégio é fazer parte da Igreja de Jesus.

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