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Texto do Pr. Hugo Zica, publicado na PG do dia 13/08/23

PAIS QUE ABENÇOAM

“E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã; levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe; e Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos.” (Gênesis 28:1-3)

Este encontro entre Isaque e Jacó foi precedido de acontecimentos que não podem ser desconsiderados na compreensão do texto. Jacó enganou seu pai. Aproveitou-se de sua cegueira, para disfarçar-se de Esaú, e, com mentiras deslavadas, induziu o pai a honrá-lo acima do irmão mais velho. Essa atitude de Jacó, por consequência, desfacelou o lar de Isaque, porque Esaú, irado, queria matar seu irmão; Rebeca, desesperada, foi “desfilhada de ambos num só dia” (27:46), pois Esaú rebelou-se e foi embora da casa dos pais para viver fora dos ensinamentos de fé da família. Foi um tempo de muita dor na casa de Isaque.

Porém, é nesse encontro que vemos as atitudes de um pai que abençoa.

Isaque abençoou com perdão. Apesar de toda a dor que Jacó tinha trazido para dentro de casa, lágrimas, discórdia, separação, Isaque não rejeitou seu filho. Chamou-o. O próprio gesto não significa outra coisa, senão o perdão dado, apesar de tudo. Passaram-se anos, mas os filhos aprenderam a lição, pois o reencontro entre Jacó e Esaú foi regado a lágrimas, beijos de irmãos, uma reconciliação que trouxe paz, mesmo que tantos anos depois. O fruto do perdão que o pai plantou em seus corações.

Isaque abençoou com conselho. A preocupação com quem seria a esposa de Jacó não era ligada a uma mera questão tribal, ou de herança; como você sabe, essa família era a portadora da semente da qual viria o Senhor Jesus Cristo, desde a aliança com Abraão. Mas isso implica no conselho dado por causa do elemento da IDENTIDADE. Isaque estava consciente de que poderia acontecer com Jacó a mesma desdita que aconteceu a Salomão, séculos depois (1 Reis 11:1-9). Isaque deu a Jacó um importante conselho, que tem seus paralelos hoje em dia. Pais podem abençoar seus filhos com boa educação, vida confortável, viagens de férias, bens de consumo; mas tudo isso muito secundário à bênção do conselho sábio, o conselho de andar no temor do Senhor.

Isaque abençoou Jacó com orações. “Abençoou-o” (v.1) e “E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique” (v.3). Assim como naquele momento oraram juntos, penso ser válido supor que Isaque, enquanto viveu, intercedia, e penso mais, não só por Jacó, mas também por Esaú, o filho que se desviou. Existe um serviço de ser bênção que é prestado na companhia, no convívio, no conselho, no perdão. Existe um outro, que se cumpre entre o pai e Deus. Quando o pai é crente, Deus é seu Pai. É quando o pai encontra com o “Pai do pai” para pedir pelo filho.

Pais, sejam hoje relembrados de sua posição indispensável em seu lar, sejam hoje revivificados ao propósito: “Sê tu uma bênção” (Gênesis 12:3).

Feliz Dia dos Pais!

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