Texto do Rev. Hernandes Dias Lopes, reproduzido na PG do dia 11/06/23
Uma Igreja revestida de poder
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
Os Evangelhos e o Livro de Atos dos Apóstolos tratam da grande comissão dada por Jesus aos seus discípulos. Está claro que antes de enviar a igreja ao mundo, Jesus enviou o Espírito Santo à igreja. Essa ordem jamais pode ser alterada. No texto em tela, há três verdades que são dignas de destaque. Vejamos:
Em primeiro lugar, a origem do poder. “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo…”. O poder que capacita a igreja não vem da terra, emana do céu; não procede dos homens, provém do Espírito Santo. A igreja não pode cumprir a grande comissão sem o poder do Espírito. Sem poder, a igreja não está apta para viver, para pregar nem para morrer. Não há cristianismo sem poder. O evangelho é o poder de Deus. O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder. O Espírito Santo é a fonte do poder. A suprema grandeza do poder de Deus está à disposição da igreja. O mesmo poder que esteve sobre Jesus, está sobre a igreja. O mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos, capacita a igreja para viver vitoriosamente.
Em segundo lugar, o propósito do poder. “… e sereis minhas testemunhas…”. O propósito do poder do Espírito é capacitar a igreja a testemunhar. A igreja precisa de poder e poder para que? Poder para tirar os olhos da especulação escatológica para fixá-los na obra missionária (At 1.4-8). Poder para perdoar, uma vez que a inimizade entre judeus e samaritanos só poderia ser vencida pelo poder do Espírito. Poder para levar a mensagem da salvação para fora dos limites de Israel, chegando a todas as etnias da terra. Poder para morrer. A palavra “testemunha” é a tradução do vocábulo grego martyria, de onde procede a palavra “mártir”. É o poder do Espírito Santo que capacita a igreja a enfrentar o ódio do mundo e a carranca do diabo. É o poder do Espírito Santo que deu coragem aos apóstolos para enfrentar as prisões e os açoites em Jerusalém. É o poder do Espírito Santo que revestiu de força os cristãos para suportar a amarga perseguição promovida pelos imperadores romanos. É o poder do Espírito Santo que capacitou os cristãos a enfrentarem o martírio. Milhares de cristãos foram crucificados, queimados vivos e jogados às feras sem negar a sua fé. Ninguém consegue deter os passos de uma igreja cheia do Espírito Santo. Nenhuma força na terra nem mesmo no inferno pode intimidar uma igreja revestida com o poder do Espírito Santo.
Em terceiro lugar, a extensão do poder. “… tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. A igreja precisa de poder para sair das quatro paredes e levar o evangelho à sua cidade, ao seu Estado, à sua nação e a todas as etnias da terra. Sem poder, a igreja ficará estagnada. Sem poder, ela não levantará os olhos para ver os campos que branquejam para a ceifa. Sem poder, a igreja transformará a koinonia em koinonite, a comunhão em relacionamentos doentes. Sem poder, a igreja olhará apenas para seu próprio umbigo. Sem poder, a igreja apagará sua lâmpada e deixará de ser luz para as nações. Nunca é demais enfatizar que o campo da igreja é o mundo. Não é primeiro aqui e depois lá. É aqui e lá ao mesmo tempo. A igreja proclama o evangelho em sua cidade, anuncia as boas novas de salvação em sua região, ultrapassa barreiras raciais e culturais e avança até aos confins da terra.
Estamos nós revestidos com o poder do Espírito Santo? Somos luz para as nações? Temos experimentado esse poder do alto? Somos uma igreja martírica e missionária? A grande comissão não pode ser transformada em grande omissão. É tempo de a igreja ser revestida com o poder do Espírito Santo!
Rev. Hernandes Dias Lopes
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