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Texto do Pr. Hugo Zica, publicado na PG do dia 07/05/23

O GALO QUE SOFRIA DE INSÔNIA

Lá na fazendinha, toda manhã o galo acordava antes de todos. Subia ao poleiro e olhava ao redor: silêncio, quietude, escuridão. Dava seu canto matinal e então as coisas começavam a acontecer: as galinhas acordavam e botavam seus ovos, os outros animais despertavam e começavam o dia, o fazendeiro saía de casa e – pasme! – até mesmo o próprio sol se levantava. Tudo isso depois do galo cantar, e, pensava o galo, tudo isso só porque ele cantou.

Vendo-se como peça central da vida, uma vez que até o fazendeiro, e mais, o próprio sol, dependiam dele, o Galo, de início, estufou o peito e andava por aqui e ali todo cheio de si. Mais parecia um pavão do que um galo. O canto era lírico, era a voz de alguém poderoso. Mas… alguns dias depois o sr. Galo, que se achava tão importante, estava com o rosto entristecido, olhar de ansiedade, semblante caído. O problema é que ele estava sofrendo de um terribilíssimo quadro de insônia. Ele não conseguia dormir! E por puro medo. Medo de dormir demais, medo de não acordar, medo de não cantar, medo de não acordar todo mundo, medo de o mundo parar só porque ele dormiu.

Coitado do Galo, que achava que era tão importante que perdeu a felicidade e a paz. Coitados de todos os que, enganados, caímos na mesma lorota. Obviamente nunca foi o Galo que acordou o sol. Obviamente nunca foram nossas ações a causa de qualquer coisa boa. Sempre o meio, nunca a causa. Acima de tudo sempre esteve, está, e estará, o bondoso e generoso Senhor, o nosso Deus.

“O SENHOR te ajudará desde antes de amanhecer.” (Salmo 46:5b)
“Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus.” (Salmo 46:10a)

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