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Texto do Pr. Hugo Zica, publicado na PG do dia 02/04/23 – ESTÁTUAS VISÍVEIS E INVISÍVEIS


Pr. Hugo Zica ( Igreja Batista Presbiteriana do Calhau)

 

A gênese da idolatria está no alvorecer da história da humanidade. Consiste numa fixação numa necessidade específica, à qual se acrescenta uma abordagem direcionada: adoração em troca daquilo que se busca. Posso argumentar um pouco mais sobre isso: As antigas civilizações eram notáveis por suas conquistas nas ciências, produziram grandes e monumentais marcos de sua excelência. Não é estranho imaginar que os mesmos que construíram as pirâmides adoravam uma estátua com cabeça de peixe? Aqueles que desbravaram os primórdios das ciências exatas teriam sido os mesmos que se prostravam diante de um ídolo com dezenas de seios?! Refletir nestas cenas de contradição me fez perceber que talvez tenhamos um olhar de menosprezo para com os povos antigos, como se fossem primitivos, quando, na verdade, provam o oposto. A idolatria não é uma aberração, ou o recurso de imaginação de homens enclausurados com medo dos trovões. Na verdade, conforme cheguei a entender, idolatria é algo racional, em alguma medida. Prossigo: O povo tinha sentidas necessidades, digamos que uma delas é a de peixe. Há muitos fatores que podem levar à fartura ou escassez, na sua grande maioria, fora do nosso controle. Então a ADORAÇÃO é vista como uma forma de conquistar a boa-vontade daquilo que controlaria a situação. É por isso que um povo genial adorava uma estátua com cabeça de peixe, eles estavam oferecendo essas honras em troca de boas pescas. Um “toma-lá-dá-cá” de imensidão cósmica.

Em que se pese que não vemos mais a idolatria no seu antigo formato, não deixemos de aperceber que esse poderoso elemento não feneceu. Continua sendo o oferecimento de honraria em troca de benefícios. Na vida de quase todos nós, o DINHEIRO é um ídolo. No fundo do coração acreditamos que o Dinheiro pode resolver nossos problemas e nos trazer felicidade e satisfação. Na força dessa convicção, invejamos quem tem dinheiro, lamentamos ter menos, ou não ter, e nos esforçamos por conseguir mais, com todas as estratégias ao nosso alcance: investimentos, economias, horas e horas de trabalho e outras táticas cujo sentimento é o mesmo – quero mais dinheiro, estou disposto a oferecer a honra do meu tempo, do meu sentimento, do meu esforço, em troca dele. Sem dúvida este não é o único, mas um ainda dos ídolos deste mundo de hoje. Outro seria o PRAZER, que é buscado na face de muitas estátuas. Sexo, dentro ou fora do casamento, é tratado como se fosse capaz de trazer prazer e felicidade, ocupando o pensamento de muitos. Os que não têm sexo em sua vida imaginam que sua vida está faltando um pedaço. Os que têm, querem ter ainda mais, mesmo que precisando cruzar os limites da lei de Deus a fim de obter prazer sexual. Os casos de adultérios, o crescimento econômico dos websites pornográficos, e coisas semelhantes, prova que o ser humano continua vivendo em busca de atender esse falso deus, na expectativa de receber dele felicidade na vida. Poderíamos continuar nessa observação, mas o que já foi posto aqui sem dúvida serve para fixar em nossas mentes a realidade da idolatria no tempo de hoje.

O Salmista, com eloquência, nos faz perceber realidades sobre os ídolos, no Salmo 115: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.” (Salmo 115:4-7)

(1) Ídolos atraem pelo que parecem ser. Quem olha para eles, vê terem tudo o que é necessário. Olhos, boca, ouvidos, nariz, mãos, pés. Do ponto de vista da razão, dinheiro, sexo, ego, patrimônio, diplomas, sucesso, realizações, conquistas, religiões, etc, são suficientes para resolver nossos problemas. É assim que eles se apresentam, é assim que os vemos. Ídolos atraem pelo que parecem ser.

(2) Ídolos traem pelo que realmente são. “…mas não falam; …mas não veem; …mas não ouvem; …mas não cheiram; …mas não apalpam; …mas não andam; …mas não falam.” Qualquer um que atira sua vida nas mãos dos ídolos de hoje descobre que nenhum deles consegue entregar tudo o que te fez acreditar que te dariam. Depois de tomarem tudo o que você entrega, ídolos se revelam, tiram a máscara. Atraem pelo que parecem ser, traem pelo que realmente são.

(3) Ídolos trazem somente perdas. O verso 8 do Salmo 115 é chocante: “A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.” Quem segue e serve ídolos, PARECE feliz, PARECE bem sucedido, PARECE realizado, mas, como os ídolos, só parece. PARECE vivo, mas está morto. Só para aqueles que confiam NO SENHOR existem as felicidades e bênçãos que os ídolos só prometem, em troca de muitas coisas, mas que DEUS dá, de graça, a quem confia Nele, em Seu Filho, em Sua Palavra.

Duas palavras finais: Aos amigos que ainda estão procurando algo na vida, que sentem como que um vazio em seu coração. Sua grande necessidade é a de conhecer pessoalmente o Filho de Deus, o Senhor Jesus, e confiar Nele como seu Salvador e Senhor. Ele é o verdadeiro Deus, acima de todos os falsos deuses.

Aos crentes, o Apóstolo João deixou o último versículo de sua primeira carta: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (1 João 5:21) – Olhemos, irmãos, para nosso próprio coração. Pode ser que haja ainda confiança e serviço a ídolos. Que tal renunciá-los para confiar e buscar somente ao Senhor? É isso que Deus quer para nós.

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