UXILIAR NÃO É VERGONHA

Aprendi num texto que li recentemente que a palavra hebraica EZER aparece 21 vezes no texto do Antigo Testamento. Ali apresenta-se que dessas 21 vezes, três ocasiões são na forma de um pedido de ajuda, auxílio ou socorro (verifique Isaías 30:5 / Ezequiel 12:14 / Daniel 11:34). Duas vezes (Gênesis 2:18 e 2:20) refere-se à mulher como auxiliadora do homem. Nas demais 16 vezes, são referências a Deus como socorro, ajuda, auxílio, dos Seus, como, por exemplo:

Salmo 146:5 “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu AUXÍLIO, …”

Salmo 121:2 “O meu SOCORRO vem do Senhor que fez o céu e a terra.”

Na última quarta-feira, os calendários das nações ao redor do mundo celebravam o Dia Internacional da Mulher, data digna de ser comemorada, certamente, mas também muito sobrecarregada de pressupostos e preconceitos ideológicos, muitos dos quais já enraizados na mentalidade de muitas pessoas. Refiro-me especificamente às ideologias belicosas e aguerridas que querem fazer uma releitura do mundo e da Bíblia a partir do questionável pressuposto de que a Palavra de Deus estabelece uma injustiça para com as mulheres, relegando-lhes papel secundário no lar e na igreja. São os proponentes de que tudo que orienta o papel das mulheres é fruto do tempo em que a Bíblia foi escrita e, portanto, merece ser descartado.

Segundo a Bíblia, auxiliar não é vergonha nenhuma. Se fosse, Deus não Se colocaria nessa posição. É que vivemos num tempo que não reconhece o valor intrínseco das pessoas, só sabe avaliá-las mediante posição, chefia, salário, “poder”. Para quem está envenenado por essa toxina, só existe valor quando existe predominância sobre outros. Esse veneno já foi inoculado no Corpo de Cristo, mas precisa ser tratado com o poderoso antídoto da Escritura.

Na Bíblia existe papel e posição para homem e para mulher, em distinção. Dentro do lar, compete ao marido ser o cabeça (com a responsabilidade de ser um bom marido!); dentro da Igreja, compete aos varões chamados por Deus exercer ensino e governança. Dentro do lar, compete às mulheres serem auxiliadoras de seus maridos na implementação de uma visão bíblica para o lar. Dentro da igreja, compete às mulheres serem auxiliadoras da obra e do ministério, contribuindo significativamente para o avanço do Evangelho a partir de suas igrejas locais.

A Bíblia não condena as mulheres ao serviço escravizado. A mulher de Provérbios 31, que Salomão terá inspirado em sua bisavó Rute, era empreendedora, segura, inteligente, perspicaz. A Bíblia que diz que as mulheres são “co-herdeiras da salvação” (1 Pedro 3:7) seguramente não relega às mulheres um papel inferior ao homem. Deus as criou como auxiliadoras, e auxilir não é vergonha nenhuma.

Louvado seja Deus por Suas filhas e servas que auxiliam com alegria. Às valiosíssimas auxiliadoras saudamos por ocasião desta data, orando que Deus as multiplique no seio do Corpo de Cristo, para a glória de Deus e saúde e felicidade das igrejas.