Falsos Brilhantes
- Falsos Brilhantes
Um homem foi preso recentemente por agredir sua amante. Essa agressão foi presenciada pela esposa, que chamou a polícia. O curioso é que os três viviam juntos, formando o que tem se chamado de um “trisal” (relacionamento romântico e sexual composto de três parceiros). O caso levou o homem a permanecer preso por cerca de dez dias, até que obteve um habeas corpus para que ele se defendesse da acusação em liberdade. Imediatamente após ser liberado, os três voltaram a viver na mesma casa. Isso seria uma notícia escandalosa para a maioria da sociedade. Primeiramente, pelo arranjo muito pouco usual de um relacionamento a três, depois pelo fato de que, apesar da agressão documentada, a amante tenha decidido voluntariamente voltar a viver com seu agressor. No entanto, a razão para escândalo não termina aí: esse homem e sua esposa são pastores de uma igreja. Ao ser libertado, ele não compareceu ao culto, mas sua esposa levou uma mensagem sua, onde ele se diz entristecido pela forte rejeição que sente de muitos.
Como reagir a um relato como esse? Podemos simplesmente dizer que esse homem não é um pastor de verdade. Podemos dizer que essa igreja nem é uma igreja de verdade. Podemos mesmo afirmar que crentes de verdade não tem nenhuma relação com coisas assim. No entanto, essa realidade é o que tem sido usado para gerar constrangimento entre cristãos verdadeiros. Não deveríamos nos surpreender, pois a Bíblia já afirma que nos últimos tempos seria assim.
Em 2Timóteo 3.1-5 Paulo escreve:
“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também.”
As características perversas na lista buscam descrever homens que buscam, de alguma forma, apresentar uma aparência de religiosidade, de espiritualidade.
Há pelo menos duas maneiras de identificarmos homens assim. A primeira é que consistentemente esses homens buscam distorcer a Palavra para se adequar às preferências e sabores das filosofias e ideologias vigentes. Buscando a aceitação de intelectuais e dos argumentos considerados mais sofisticados e progressistas, esses homens relativizam a mensagem bíblica. Seja por meio de mensagens de que precisamos “atualizar a mensagem da Bíblia”, ou condenando hinos tradicionais para se adequar ao discurso “politicamente correto” de nossos dias. Em prol de uma mensagem mais aceitável, buscam ressignificar o conteúdo eterno. Não é apenas uma tentativa de traduzir em linguagem moderna uma mensagem antiga, é adequar o próprio teor da mensagem ao sabor contemporâneo.
Alguns demonstram piedade por meio de uma postura tolerante e pretensamente amorosa, enquanto outros alegam revelações ou uma relação especial com o Senhor.
A segunda evidência ou tendência é a distorção da Palavra para anunciar promessas que a Palavra nunca fez. Eles identificam fé com sucesso, piedade com riqueza, crença com conforto, seguir a Jesus com vitória, abundância de bens e ausência de mal-estar. Para ganhar audiência, eles promovem o que o evangelho nunca prometeu. E, para exemplificar o que dizem, conduzem vidas de abundância, riqueza e luxo. O “pastor” no relato inicial em questão vive em uma mansão em uma das mais belas praias do Brasil.
Ambos apresentam uma imagem atraente, os primeiros para um público sofisticado e profundamente comprometido com a ideologia humanista; os segundos apelam para o desejo das pessoas em acumular bens e se livrar de seus sofrimentos. Ambos demonstram piedade. Os primeiros por meio de uma postura tolerante e pretensamente amorosa, os outros alegam revelações ou uma relação especial com o Senhor. No entanto, ambos negam o poder da transformação de um coração quebrantado diante de Deus. Ambos brilham em seus próprios contextos, mas ofuscam a verdadeira identidade do Senhor.
Minha oração por mim e por você meu irmão, minha irmã, é a mesma instrução registrada pelo apóstolo Paulo tanto para o primeiro como para o segundo grupo: “Afaste-se deles”.
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