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Texto do Pr. Moreira Silva, publicado na PG do dia 29/01/23

Somos pródigos por definição

Nos primórdios saímos de casa e nos tornamos autônomos e independentes de Deus, a quem tiramos da nossa agenda, trocamos o senhorio de Deus, pelo senhorio do nosso Eu, nos tornamos o nosso próprio referencial de certo e errado, prerrogativa que pertence só a Deus. Assim, o mal passou a fazer parte da condição ontológica do ser humano, levamos conosco a maldade. Isso afetou a nossa capacidade de compreender, de pensar e de se definir, portanto, construir um paraíso no mundo tornou-se uma utopia impossível, pois estamos todos presos a uma estrutura de linguagem que nos mantém na síndrome de lúcifer, onde predominam orgulho e individualismo.
Por esta razão, Deus decidiu intervir em nossa história, indo até as suas raízes através da encarnação de Cristo, inaugurando um novo e vivo caminho, que é a retomada de uma nova humanidade que proclama o seu evangelho, dando esperança para um futuro de incerteza. A presença de Cristo entre nós denunciou o estado de alienação que nos encontrávamos. As suas atitudes, seus ensinamentos e sua ética mostraram que todos somos pródigos. Na parábola Jesus Cristo narra que a transformação do filho acontece quando ele lembra da sua vida em família e resolve deixar para trás a vida com os porcos, só assim consegue voltar para o seu pai. A boa nova do evangelho leva todos ao arrependimento e ao pleno conhecimento da verdade que está encarnada e expressada na pessoa de Jesus.
O arrependimento é o início do caminho de volta para nossa casa, lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Em João 3:16 as escrituras nos dizem: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo, por isso que o apóstolo Paulo disse com toda firmeza e convicção. Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Salvação, na perspectiva cristã, envolve todo o compartimento da nossa existência, por isso não podemos decifrar a realidade humana a partir da nossa ótica e critérios de entendimentos restritos e inevitavelmente reducionista para explorar o mistério da humanidade. A humanidade sempre se tornará um ponto de interrogação, mas se nós partimos da antropologia teológica que tem a sua base em Gênesis: Capítulo: 1 versículo 26 que diz:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”;
É a partir desta realidade que a antropologia Cristã tem a sua investigação e a encarnação de Jesus desvenda a complexidade que carregamos sobre o homem. Porque nEle vemos como Deus, é e como o homem deve ser. A encarnação de Jesus, portanto, tem como sua missão principal nos trazer de volta para a nossa casa, de onde nunca deveríamos ter saído. Como Ele expressou:
Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.
João: 14-6.
A Ele toda glória.
Pr. Moreira.

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