Texto do Pr. Ivan Moutinho, publicado na PG do dia 11/12/22
Espinho e Glória (II Corintios 12.1-10)
1 – Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. 2 – Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. 3 – E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) 4 – Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. 5 – De alguém assim me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. 6 – Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isto, para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. 7 – E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. 8 – Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. 9 – E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 10 – Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
Em nosso idioma, o significado do termo “glória” é reduzidíssimo quando se refere ao homem, ou seja, se traduz como “fama”, “grandeza”, “honra” obtidos por feitos heróicos ou obras por suas extraordinárias qualidades, e assim, é limitada toda e qualquer glória proveniente de homens comuns. Artistas famosos por seus talentos, intelectuais em sabedoria notória, inventores por suas criatividades, edificações esplendidas. Ou seja, a glória doshomens descortina-se no palco da vaidade dos indivíduos. Deus pergunta: – Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Salmos 4:2)
O apóstolo Paulo reconhece que ao revelar à igreja sobre suas visões e revelações do Senhor que teve no corpo ou fora do corpo,e fora arrebatado ao terceiro céu (v.2), isso poderia fazê-lo superestimar-se e gloriar-se em si mesmo por conta deste evento particular. Paulo temeu o pecado da vaidade por ter sido arrebatado ao paraíso e ouvido de Deus palavras inexprimíveis, indescritíveis para comunicar às outras pessoas. Foi, talvez, a sua maior e gloriosa experiência espiritual. Paulo reconheceu a necessidade de gloriar-se nas suas fraquezas. Cresçamos no conhecimento de que: “- … Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva”. Num piscar de olhos a erva seca e a flor cai e depressa a glória do homem se esvai.
Jesus nos ensina a dar a Deus o que lhe é devido, a santificar ao Pai em nossas orações: “… porque teu é o Reino, e o Poder, e a Glória, para sempre. Amém!”. Anima-nos, também, no desconforto da carne: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.”(v.9). De boa vontade, não com reclamações ou murmuração, devemos compreender que as nossas fraquezas, por incrível que pareça, servem para glorificar a Deus. Se injuriados, necessitados, perseguidos, angustiados, mas por amor a Cristo somos fortalecidos por Ele. Porque quando estou fraco então sou forte. Sim, amados, a Graça do Senhor Jesus é abundante e suficiente. Na platéia do teatro do mundo, muitos buscam osholofotes da fama e notoriedade, custe o que custar, esforçam-se para atrair para si as glórias do mundo. Como numa pandemia, disputam em redes sociais, por “curtidas”, “seguidores”, “likes”, “compartilhamentos”, tudo é vaidade. Vaidade é pecado e impedimento para vermos a Glória inefável de Deus. Mas o desconforto do espinho na carne, isto sim, nos ajuda a ver a Glóriae o Amor de Deus Pai.
Pr. Ivan Moutinho – ibboavista – Timon – MA
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