Reflexão: O manual.
Sumariza as noções básicas de uma matéria ou assunto, compêndio, guia prático que explica o funcionamento de algo. O manual é fundamental para um bom funcionamento de qualquer máquina que utilizamos, fornece diretrizes sobre como usar algo de maneira correta uma de guia de instruções que também ajudará a corrigir qualquer problema que esteja acontecendo com um equipamento. No gênesis da nossa história quando decidimos tirar Deus da nossa agenda, imediatamente perdemos o manual simbolizado pelo mandato cultural outorgado por ele para o nosso desenvolvimento em sociedade. A Nossa vocação política e sociológica ficou comprometida por ignorarmos o que disse o filósofo Soren Kierkegaard. “O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade”. Para desenvolvermos a nossa vocação como humanidade temos que levar em consideração que fazemos parte da ambiência e da transcendência, negar esta realidade é andar cego tateando o vento, o discurso de Paulo em Atenas ilustra muito bem esta realidade da qual estou discorrendo, diante dos filósofos ele disse: Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: Ao Deus desconhecido. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. (Atos 17:22-24 ARA). Linda e oportuna exposição a respeito do criador. Como bem expressou Agostinho em sua famosa frase: Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti. A perda dessa consciência leva-nos a viver na angústia de uma vida sem sentido. Sem o nosso manual migramos para um estado de alienação criamos vários subterfúgios para suprimos a nossa crise de finitude como as ideologias e os segmentos da religião e por fim nos tornamos cada um o seu próprio referencial de certo e errado prerrogativa que só a Deus pertence. A partir destas coisas se institui um estado permanente de conflitos, de guerras pelo simples fato da ausência do manual, que nos leva a viver nesse paradoxo, uma contradição de tudo que significas ser humano em sua essência. Mas Deus na sua infinita misericórdia decidiu intervir em nossa realidade, através da Encarnação trouxe de volta o manual simbolizado no mandato cultural outorgado por Deus, através da vida e da pedagogia de Jesus. Agora podemos ler o manual da existência humana através da sua vida que nos ensina a ser gente, como gente tem que ser. Ele é o nosso manual para existirmos com naturalidade, a bússola que nos faz caminhar com segurança valorizando a existência.
A Ele toda glória.
Pr. Moreira.